Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Costa, Rachel Mazoni |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-25042023-113604/
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Resumo: |
Introdução: Lesão medular (LM) devido a traumatismo ou doenças neurológicas é uma condição com graves consequências e alteração de vida das pessoas acometidas. Os dados sobre incidência de lesão medular traumática e das doenças neurológicas no Brasil não são muito precisos. Mulheres correspondem a cerca de 15% dos casos de trauma medular e a maioria dos casos de causas não traumáticas. A lesão medular pode levar a mudanças no comportamento sexual, além do impacto negativo na qualidade de vida e nos relacionamentos interpessoais das mulheres acometidas. Objetivos: Avaliar prevalência e características da disfunção sexual em mulheres com lesão medular. Métodos: Estudo transversal que avaliou 98 mulheres com idade mínima de 18 anos, com lesão medular traumática e não traumática, com, no mínimo, 6 meses do trauma ou diagnóstico. Os dados foram colhidos no período de agosto de 2018 a março de 2022 durante consulta de rotina, por meio de questionário estruturado, abrangente e autorresponsivo. Foram avaliados dados sociodemográficos, aspectos relacionados à lesão medular, aspectos da vida sexual, continência urinária e fecal, satisfação e qualidade de vida. Na avaliação da função sexual, foram utilizados o FSFI e o QSF. Para avaliação da continência urinária, foi considerada a questão 3 do NBSS-SF; para avaliação de incontinência fecal, a questão 7 do NBDS. Whoqol-bref foi utilizado para avaliação da satisfação com vida sexual e qualidade de vida. Resultados: A idade média foi de 42,5 +/-12,1(variou de 19 a 69 anos). Das 98 avaliadas, 14 (14,3%) possuíam lesão traumática e 84 (85,7%) lesão não traumática, 42 (42,9%) casadas e 21 (21,4%) cadeirantes. Foi encontrada uma proporção significativa de mulheres que se tornaram sexualmente inativas após a LM (22,4% vs. 51,0%, respectivamente; p<0,001) bem como sofreram redução na capacidade de sempre obter orgasmo (39,8% vs. 8,2%, respectivamente; p<0,01). Entre as mulheres sexualmente ativas, observamos elevada prevalência de disfunção sexual, FSFI 26,55 em 28 (58,3%) e no QSF<60 em 14 (29,2%). Atividade sexual está relacionada ao fato de ser mais jovem, casada, não ser cadeirante e continente do ponto de vista urinário. Incontinência urinária foi referida em 37 (74,0%) das mulheres inativas. Em paciente com lesão medular, a presença de disfunção sexual se correlaciona positivamente com a insatisfação com a vida sexual (OR=34,2 [IC95%4,6-372,0, p<0,001]). Mulheres sexualmente ativas e com disfunção sexual apresentam menor satisfação com a vida sexual, porém sem impacto na qualidade de vida global. Conclusões: A prevalência de disfunção sexual em mulheres com lesão medular traumática e não traumática é elevada e com predomínio de problemas relacionados aos domínios do desejo, da excitação e do orgasmo. Grande parte das mulheres com LM é sexualmente inativa. Foram considerados preditores de vida sexual ativa e satisfação sexual a idade, ser casada, pré-menopausa, continência urinária, não ser cadeirante e maior expressão do desejo. Disfunção sexual está relacionada diretamente com insatisfação com a vida sexual |