O enunciatório refletido no espelho: um estudo semiótico do texto publicitário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Baruffaldi, Vanda Bartalini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-01082007-152233/
Resumo: O trabalho, apoiado na semiótica greimasiana, ocupa-se da categoria sujeito e propõe-se a. estudar a construção do enunciatário. Para tanto, faz uso de dois conceitos fundamentais: o de narratário e enunciatário, de um lado, e de unidade e totalidade de outro. Parte-se da premissa de que é diferente o modo de apreensão desses dois actantes: enquanto o enunciatário, figura pressuposta à enunciação, depreende-se por meio de uma totalidade de textos, conhece-se o narratário pela análise de um texto, isto é, da unidade. Dessa premissa, conclui-se que, para identificar os traços que compõem o modo de ser do enunciatário de um determinado universo discursivo, é necessário que se percorram os diferentes textos que constituem esse universo. Para constatar esse pressuposto, examinaram-se vinte e nove textos da propaganda comercial produzida em finais do século XX e inícios do XXI cujo objetivo era atingir, preferencialmente, o morador dos centros urbanos. Após a análise de seus narratários, foram extraídos os traços recorrentes, tendo se obtido, desta forma, à semelhança de um arquissemema, a imagem do enunciatário. Esse procedimento para a obtenção do enunciatário pode ser seguido para textos que circulam em outras esferas discursivas, como os filosóficos, os jornalísticos, os literários. De cada uma delas emergirá um páthos de enunciatário, compatível com o propósito final do texto. Dessa generalização, entretanto, não fazem parte alguns textos produzidos por Machado de Assis. Neste caso - cite-se particularmente o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas - tem-se um narratário oposto ao enunciatário pois, se aquele é ingênuo, ávido pela ação narrativa, pouco afeito à reflexão filosófica, este é perspicaz, observador, intelectualizado. Portanto, o estudo parece autorizar a identificação de dois tipos de enunciatário: aquele compatível com os narratários que o sustentam e aquele que se opõe a ele, criando uma imagem independente.