A instrumentalização na formação de professores e o eclipse da formação cultural: a pseudoformação na licenciatura 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Amado, Ana Cristina da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-14072015-082645/
Resumo: A formação de professores constitui-se como uma preocupação, especialmente pelo fato de ser um processo que forma formadores de outros. Neste âmbito, observa-se que os cursos de licenciatura têm feito parte de um extenso processo de expansão do ensino superior no Brasil, marcado essencialmente pelo aumento das instituições privadas e por condições que demonstram uma diminuição no tempo de formação, além da presença da racionalidade técnica na forma de valorização da instrumentalização dos alunos/futuros professores. Considerando os diversos olhares e críticas que geram extensa produção a respeito, não apenas a realidade política e seus resultados, mas compreende-se também a importância de verificar a visão dos atores presentes neste processo de formação. Na produção de conhecimento sobre a formação docente, diversos pontos são apontados, mas sempre por um olhar político diante da realidade institucional. Considerando também esta análise como importante e fundamentando-a no olhar da Teoria Crítica da Sociedade, especialmente na Teoria da Pseudoformação, buscou-se aqui apresentar questões a partir da visão de professores e alunos e a forma como estes consideram e avaliam a formação dos professores, nos cursos de licenciatura. Com o objetivo de discutir a formação e como ela ocorre nas diversas instituições, além de identificar a instrumentalização no âmbito educacional em geral e na formação de professores em particular, como uma oportunidade de compreender o contexto em detrimento da formação cultural como possibilidade de emancipação, este trabalho foi realizado. As hipóteses deste estudo foram: 1) se a organização da educação, assim como a da cultura, passou a ser industrial (administrada), reduzindo o reconhecimento do caráter da contradição e da dialética, a formação deixou de ser formação para a resistência e converteu-se em pseudoformação; 2) a ideia de que no contexto educacional brasileiro os alunos das universidades públicas estão mais propensos a uma formação para a emancipação em virtude das condições objetivas que marcam seus cursos e todo seu processo de formação inicial; e 3) a própria legislação e as políticas educacionais interferem na formação. Neste sentido foram realizados, além do levantamento bibliográfico e revisão teórica, 46 entrevistas, sendo 30 com alunos de cursos de licenciatura em Geografia e História e 16 com professores dos mesmos cursos; destes, 11 alunos e 5 professores eram vinculados à instituição privada, 10 alunos e 6 professores à instituição pública e 9 alunos e 5 professores à instituição confessional. Foram realizadas estas entrevistas e organizadas as respostas em categorias definidas posteriormente. Conclui-se que a formação atual é caracterizada pela pseudoformação, em todas as instituições pesquisadas, tanto pelas condições objetivas que não permitem a experiência e a formação cultural quanto pela própria interferência institucional que tem favorecido a precarização. Os alunos das instituições, pública e confessional, pesquisadas têm a possibilidade da experiência, mas têm dificuldades de refletir sobre ela e acabam sacralizando a formação; enquanto que os alunos da instituição privada não têm acesso às possibilidades formativas e têm as condições de formação precarizadas e reduzidas