Trabalhos de escala ambiental: da escultura moderna a situações contemporâneas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Ferraz, Tatiana Sampaio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27131/tde-20052009-152820/
Resumo: O projeto de pesquisa analisa os rumos do pensamento escultórico moderno em direção a uma escala ambiental, processo que tem origem no final do séc. XIX, momento em que a obra A Porta do Inferno, de Auguste Rodin, modifica o espaço narrativo clássico, rompendo com a premissa do monumento e passando a pleitear cada vez mais uma imersão da obra no espaço do observador. O período das vanguardas históricas também foi fundamental para se repensar as fronteiras entre as linguagens tradicionais e o reconhecimento de outras esferas que não a das belas-artes, desde a dissolução da base na escultura de Constantin Brancusi, passando pela renovação do estatuto de arte em Marcel Duchamp, até as experiências de colagem com a obra Merzbau, de Kurt Schwitters. A dissertação examina especialmente a produção que desde então problematizou a tradição da escultura, privilegiando as manifestações contemporâneas que derivam da tradição moderna, projetando o campo da arte para além dos gêneros artísticos fixados até então, buscando expandir a noção de escultura em termos espaciais, temporais e experienciais. Entre as décadas de 1940 e 1960, a ruptura com essa tradição culmina na radicalidade das ações corporais de Jackson Pollock, que conferem uma nova escala às pinturas; e, mais à frente, numa produção que emergia como crítica aguda ao mercado e à institucionalização cada vez mais precoce do trabalho de arte. A arte contemporânea, então, teria sua origem num processo de crítica do objeto, precipitado pelo problemas da cultura de massa, onde os trabalhos se reconhecem num mundo da cultura, mesmo ao resistirem a sua cooptação. Sem ter sido objeto de análises abrangentes, a escultura contemporânea, se é que ainda podemos denominar escultura os trabalhos produzidos a partir da década de 1960, parece ter colocado em crise a noção moderna de forma, e passa a operar num contexto ampliado, aberta ao espaço e à dinâmica cultural urbana. É nesse momento que a dissertação se aproxima das obras de Richard Serra, José Resende e Hélio Oiticica e passa a dedicar uma análise mais atenta sobre aqueles trabalhos que lidaram com uma escala ambiental, ou ainda, se aproximaram das contingências do lugar onde atuam, quer físicas, sociais ou culturais, operando próximos à poética do site specificity.