Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Pinto, Joao Pedro Rodriguez |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/14/14132/tde-09082024-100138/
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Resumo: |
A evolução dos blocos continentais que constituíram o supercontinente Gondwana ainda não é um consenso devido à escassez de polos paleomagnéticos para o período Neoproterozóico (900-600 Ma). É possível, através do estudo paleomagnético, obter informações sobre a latitude e a orientação das rochas em relação ao eixo de rotação da Terra no seu período de formação. Assim, este trabalho teve como objetivo obter um polo paleomagnético a partir do estudo de diques máficos de Itapé (650 Ma), que se inserem no domínio do Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá, sudeste do Cráton São Francisco. Foram obtidos 274 espécimes distribuídos em 20 sítios próximos à cidade de Itapé, para se realizar os estudos de anisotropia de suscetibilidade magnética, de mineralogia magnética e de paleomagnetismo. O estudo da mineralogia magnética revelou a presença de minerais magnéticos com baixas coercividades, saturando em campos em torno de 400 mT. As curvas termomagnéticas, de histerese e os diagramas de First Order Reversal Curves indicam a presença de magnetitas pseudo-monodomínio como principal portador de magnetização nas rochas. A anisotropia de suscetibilidade magnética dos diques revelou um comportamento normal em praticamente todos os sítios, no qual os eixos máximo e intermediário apresentam uma orientação predominantemente NE-SO, coerente com as direções dos diques. A anisotropia de magnetização remanente anisterética em geral apresentou um comportamento concordante com os resultados obtidos na anisotropia de suscetibilidade magnética. As desmagnetizações térmicas e por campos magnéticos alternados apresentaram resultados semelhantes entre si. A maioria das desmagnetizações foi analisada utilizando-se o método de círculos máximos. Dois testes de contato cozido foram realizados, mas apresentaram resultados inconclusivos. Os polos geomagnéticos virtuais obtidos se apresentaram dispersos e por isso o ângulo de corte de 45° foi considerado o mais apropriado para exclusão de dados espúrios e inclusão de dados referentes a variação paleosecular normal do campo. A análise das direções forneceu uma direção média: Dm= 257,9°, Im= 20,5° (N=9, k=7,6, 95=20,0°) e um polo paleomagnético com ângulo de corte de 45° de colatitude em 14,4°S, 238,2°E (K=16,4, A95=13,1°). O polo obtido neste trabalho, quando comparado com a curva de deriva polar aparente do Cráton Congo-São Francisco, se insere numa idade coerente com os resultados de geocronologia, sugerindo um registro de magnetização primária. Considerando que a magnetização é primária, a alta dispersão do conjunto de dados pode estar relacionada a um comportamento instável do campo geomagnético para o período. Simulações realizadas com modelos estatísticos de variação paleosecular indicaram que o comportamento observado nos dados de Itapé pode estar relacionado com uma baixa intensidade do campo geomagnético. O que é coerente com resultados de outros trabalhos sobre um campo médio dipolar menos intenso para a época. |