Metabolismo da lipoproteína de alta densidade (HDL) na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Curiati, Milena Novaes Cardoso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-11042024-151906/
Resumo: INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome resultante do comprometimento estrutural ou funcional do enchimento ventricular ou da ejeção de sangue. Recentemente, alterações no metabolismo das lipoproteínas têm sido alvos de investigação em pacientes com IC. Apesar das evidências de que baixa concentração de colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDL) está relacionada com pior prognóstico da IC, outros aspectos funcionais da HDL devem ser levados em consideração. OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi avaliar os aspectos funcionais da HDL, como a transferência de lípides para HDL, em pacientes com IC de etiologias isquêmica e não isquêmicas com fração de ejeção reduzida, sintomáticos e de classes funcionais II e III segundo a New York Heart Association, comparando-se com pacientes portadores de coronariopatia sem disfunção ventricular e com pacientes hipertensos. MÉTODOS: Estudo prospectivo que selecionou 101 pacientes divididos em quatro grupos: (1) pacientes com IC de etiologia isquêmica (n=24); (2) pacientes com IC de etiologia não isquêmica (n=24); (3) pacientes com coronariopatia sem IC (n=26); e (4) grupo controle composto por indivíduos hipertensos, sem IC e sem coronariopatia (n= 27). Todos os pacientes com IC apresentavam fração de ejeção inferior a 40%. As transferências de colesterol não esterificado e colesterol esterificado para a HDL foram medidas por ensaio in vitro, utilizando uma nanoemulsão artificial doadora de lípides. Foram também determinados os lípides plasmáticos, o diâmetro da HDL, a concentração da proteína de transferência de ésteres de colesterol (CETP) e a atividade da paraoxonase 1 (PON1). RESULTADOS: A transferência de colesterol esterificado foi menor nos dois grupos de pacientes com IC, em comparação aos grupos sem IC (p<0,05). A transferência de colesterol não esterificado foi menor no grupo de IC não isquêmica em comparação aos outros três grupos. Em todos os pacientes avaliados, as transferências de colesterol, tanto esterificado quanto não esterificado, foram menores nos pacientes em uso de bloqueadores beta adrenérgicos (betabloqueadores) em relação aos não usuários dessa medicação (p<0,01); naqueles sob doses maiores de betabloqueadores as transferências de colesterol foram ainda menores do que naqueles sob doses menores (p<0,001). Nos pacientes com IC, a redução das transferências de colesterol observada nos dois grupos foi independente do uso de betabloqueadores. Concentrações de triglicérides e do colesterol de não-HDL foram menores no grupo IC não isquêmica em comparação ao grupo DAC (p<0,05). O diâmetro da HDL, a atividade da PON1 e a concentração de CETP foram semelhantes entre os grupos. CONCLUSÕES: O fato da transferência de colesterol esterificado para a HDL ter surgido como marcador da presença de IC de maneira independente da sua etiologia e a constatação dos efeitos dose-dependentes dos betabloqueadores nas transferências de colesterol sugerem que defeitos no metabolismo da HDL podem estar envolvidos tanto na IC quanto em usuários de betabloqueadores