Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Meira, Vinicius Tieppo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-03062015-150734/
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Resumo: |
Os complexos Embu e Costeiro compreendem rochas metassedimentares e metaígneas e estão inseridos no contexto das faixas móveis neoproterozoicas, mais precisamente no Cinturão Ribeira Central, formadas durante o Ciclo Orogênico Brasiliano. O Cinturão Ribeira vem sendo interpretado nas últimas décadas como o resultado de sucessivos eventos orogênicos associados à acresção de terrenos. No entanto, novas descobertas evidenciam histórias coerentes entre domínios geológicos distintos, considerados anteriormente como terrenos exóticos. Esta tese de doutoramento incluiu estudos estruturais, petrológicos e geocronológicos nos domínios Embu e Costeiro com o intuito de comparar a evolução tectono-metamórfica de ambos os domínios e confrontar os modelos tectônicos divergentes para o período Ediacarano na região. Os dados obtidos e integrados permitiram avaliar os modelos tectônicos existentes e contribuíram para a formulação de um novo cenário evolutivo para o Cinturão Ribeira Central, na região leste do Estado de São Paulo. Dois estágios metamórficos sucessivos foram registrados em ambos os complexos, caracterizados por um metamorfismo M1 compressivo ao redor de 650-600 Ma e um metamorfismo M2 associado à tectônica distensiva e transcorrente por volta de 600-560 Ma. As trajetórias metamórficas no Complexo Embu indicam soterramento das rochas metassedimentares a pressões de aproximadamente 0,8 GPa (ou cerca de 25 km de profundidade) com temperaturas por volta de 600 °C (M1) e descompressão quase isobárica até profundidades de aproximadamente 0,3 GPa (ou 10 km de profundidade) (M2). Por outro lado, as trajetórias metamórficas no Complexo Costeiro associada ao metamorfismo M2 são caracterizadas por aquecimento com descompressão moderada e condições de pico metamórfico próximas a 650-750 °C e 0.4-0.6 GPa (cerca de 12-18 km de profundidade), seguida de resfriamento e descompressão. O evento tectono-metamórfico compressivo (M1) é interpretado como uma orogenia intracontinental associada às colisões contemporâneas na Faixa Brasília Sul e Cinturão Dom Feliciano, enquanto o evento distensivo/transcorrente (M2) foi vinculado à escape tectônico e colapso orogênico. As condições de facies anfibolito superior no Domínio Costeiro gerou ampla fusão parcial da crosta média durante a descompressão, formando rochas migmatíticas e leucogranitos peraluminosos, e idades U-Pb SHRIMP em zircão obtidas nesses diatexitos e leucogranitos restringem os processos de migmatização há cerca 585-560 Ma. A crosta média parcialmente fundida durante os processos de migmatização teria gerado estruturas gnáissicas dômicas por fluxo crustal lateral em regime extensional. A análise de zircão detrítico mostrou diferenças nas assinaturas de proveniência nos dois complexos, com a predominância de fontes mais antigas (arqueanas, paleoproterozoicas e mesoproterozoicas) no Complexo Embu e predominância de fontes criogenianas no Complexo Costeiro. No entanto, fontes antigas similares para os dois complexos sugerem proximidade física entre ambos, corroborando histórias evolutivas similares para esses complexos. Idades antigas e até eoarqueanas encontradas em grãos de zircão nas rochas metassedimentares do Complexo Embu indicam, sobretudo, vínculo geográfico desse domínio com crátons antigos, como por exemplo o Cráton São Francisco. De acordo com as interpretações tectônicas derivadas dos rochas metamórficas da área de estudo, a voluminosa granitogênese ediacarana no Cinturão Ribeira Central é interpretada como um magmatismo pós-encurtamento crustal (ou pós-colisional) em ambiente dominantemente extensional e/ou transcorrente, também relacionado aos processos de colapso orogênico e escape tectônico. |