Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Araujo, Carlos Eduardo Ganade de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-25092014-144415/
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Resumo: |
O Orógeno Gondwana Oeste (OGO), sugerido nesta Tese, é uma faixa linear que se estende por mais de 5000 km do atual noroeste da África ao Brasil Central. Perspectivas modernas e tradicionais sugerem que este Orógeno resultou do consumo e fechamento do Oceano Goiás-Faruriano que culminou na colisão continente-continente envolvendo os crátons Amazônico/Oeste Africano contra os crátons São Francisco/Congo e Saariano. Nesta Tese foi investigada a evolução crustal de um importante setor do OGO no noroeste da Província Borborema (NE-Brasil), assim como em outras áreas no Togo e Mali, utilizando-se de uma estratégia coerente. A geocronologia U-Pb em zircões de rochas siliciclásticas e ígneas indicam a existência de uma margem convergente de longa duração (de até 350 m.y.) associada ao consumo do Oceano Goiás-Faruriano. Na área investigada, particularmente no NE do Brasil no Domínio Ceará Central, o magmatismo associado a esta convergência pode ser dividido em três principais períodos: i) um período inicial constituído essencialmente por magmatismo de arco juvenil em ca. 880-800 Ma que continua até 650 Ma, como evidenciado indiretamente por zircões detríticos de depósitos sin-orogênicos, ii) um estágio de arco maturo em ca. 660-630 Ma caracterizado por rochas magmáticas hibridas entre crosta e manto e iii) anatexia crustal em 625-618 Ma que continua até 600 Ma. A longa evolução do OGO e o sincronismo do metamorfismo de ultra-alta pressão UAP no NE do Brasil, Togo e Mali indicam que a subducção continental e, portanto, a colisão continental ocorreu simultaneamente por pelo menos 2500 km durante o período Ediacariano (620-610 Ma). Nesta Tese propõem-se que o desenvolvimento da Província Borborema entre 620 a 570 Ma resultou da interação de dois eventos colisionais distintos. A Colisão I ao longo do OGO ocorreu há ca. 620-610 Ma como resultado da colisão entre o Bloco Parnaíba, como parte dos crátons Amazônico/Oeste Africano, contra o embasamento antigo da Província a leste. A zona de sutura associada a esta colisão foi reativada por uma zona transformante dextral (o Lineamento Transbrasiliano), permitindo a aproximação da Província Borborema e sua subsequente colisão contra o cráton São Francisco em ca. 590-580 Ma, marcando a Colisão II ao longo do Orógeno Sergipano. A interação dos esforços de leste relacionados com a Colisão I com os esforços de norte relacionados a endentação cratônica em uma litosfera espessa gerou uma trama extensa de zonas de cisalhamento direcionais que contribuíram para a extrusão da Província na direção nordeste. Nesta Tese, também foi considerado que o sincronismo do metamorfismo UAP (620-610 Ma) por pelo menos 2500 km no OGO registra o primeiro indício de subducção continental na escala do Orógeno Himalaiano e o consequente surgimento de Megamontanhas no registro geológico. A formação destas Megamontanhas ca. 40 m.y. antes da explosão da Vida no período Ediacariano tem a idade ideal para providenciar, por meio da erosão, os sedimentos (nutrientes) que são considerados necessários para a evolução da Vida. Finalmente, a evolução do OGO indica que o supercontinente Gondawa já estava formado desde o Oeste da África ao Brasil Central, dificultando a hipótese da chegada tardia do cráton Amazônico/Oeste Africano e assim a existência de um amplo Oceano Cambriano como previamente proposto. |