Possível envolvimento da Chlamydia pneumoniae e Mycoplasma pneumoniae na resposta inflamatória da aterosclerose

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Assis, Renata Melo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9136/tde-22092017-110130/
Resumo: A aterosclerose é um processo complexo, multifatorial que ainda não está totalmente esclarecido. Foi proposto que a resposta imune mediada por processos infecciosos e/ou inflamatórios influencia na patogênese de lesões ateroscleróticas. Os receptores TolI-likes (TLRs) estão envolvidos na resposta inata e em outros eventos fisiológicos através da interação com seus ligantes endógenos e exógenos e talvez envolvidos no processo aterogênico. Tem por objetivo analisar a expressão dos receptores Toll-like 2 e 4 (TLR2 e TLR4) associando o processo de sinalização com a presença de agentes infecciosos tais como a Chlamydia pneumoniae (CP) e Mycoplasma pneumoniae (MP), em pacientes com infarto do miocárdio (MI) e em aneurismas aórticos. Foram obtidos fragmentos de aortas ascendentes de pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio (G1, n=13) e de fragmentos de pacientes submetidos à cirurgia de correção de aneurisma aórtico (G2, n=14). Amostras congeladas e parafinadas foram analisadas por Imunohistoquímica (lHO) e Hibridização in situ (HIS) para detecção e localização da presença dos patógenos e TLRs. Realizou-se uma semiquantificação em microscópio (O, ausente; 1, discreto e focal; 2, moderado e focal e 3, intenso e difuso). Observou-se o grau de inflamação e de acúmulo de gordura. Outrossim, realizou-se PCR em tempo real (SYBR Green) para pesquisa de DNA de CP e MP, como também análise da expressão de mRNA de TLR2 e de TLR4. Na lHQ, constatou-se presença de MP, CP, TLR2 e TLR4 (G1 e G2), maior quantidade de MP (p=0,012) e de TLR4 (p=0,017) no G2. Houve correlação de CP com MP (r=0,810 e p=0,003) e de TLR2 com TLR4 (r=0,569 e p=0,034). Na HIS, constatou-se presença de MP, CP, TLR2 e TLR4 (G1 e G2), não houve diferenças significativas comparando-se os grupos (G1 x G2), porém houve correlação, no G1, de CP com TLR4 (r=0,730 e p=0,040) e de infiltrado inflamatório com células adiposas (r=0,700 e p=0,036). No G2, houve várias correlações: MP com CP (r=0,620 e p=0,016), MP com TLR4 (r=0,662 e p=0,010), CP com TLR2 (r=O,733 e p=0,003), CP com TLR4 (r=0,589 e p=0,027) e de TLR2 com TLR4 (r=0,714 e p=0,004). A PCR em tempo real mostrou presença de CP, pela segunda extração de DNA realizada (G2). Não houve diferença de expressão dos TLRs entre os grupos. A expressão de TLR2 foi maior do que de TLR4 no G1 (p=0,006). O grau de inflamação e o acúmulo de gordura foram maiores no G2 do que no G1(p=0,001). Estes dados sugerem uma relação da co-infecção CP e MP, na gravidade do processo inflamatório presente em placas ateroscleróticas e em pacientes com infarto do miocádio, como também, participação dos receptores Toll-like 2 e 4.