Satisfação do paciente hospitalizado com sua privacidade física: construção e validação de um instrumento de medida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Pupulim, Jussara Simone Lenzi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-01042009-112211/
Resumo: Estudo do tipo metodológico com abordagem psicométrica que lida com a teoria e desenvolvimento de instrumentos de medição. O percurso metodológico norteou-se nos procedimentos teóricos, empíricos e analíticos para a elaboração de instrumento psicométrico (PASQUALI, 1998), e fundamentou-se em duas teorias da privacidade (WESTIN, 1970; ALTMAN, 1975), na teoria da territorialidade (ARDREY, 1966) e na teoria proxêmica (HALL, 1986). Os procedimentos teóricos compreenderam a definição do construto privacidade física no contexto hospitalar, em especial a exposição e manipulação corporal, o qual delineou-se a partir do referencial teórico adotado, da literatura pertinente e de estudo junto a 34 pacientes internados nos hospitais de Maringá-PR, com abordagem qualitativa, utilizando-se a análise de conteúdo (BARDIN, 2000). Esse estudo permitiu descrever a percepção do paciente hospitalizado sobre a privacidade em geral e sobre a privacidade física, identificando-se três categorias empíricas referentes à privacidade em geral, a saber, dignidade e respeito, espaço pessoal e territorial e autonomia, e com relação à privacidade física extraíram-se iguais categorias, acrescentando-se às anteriores a categoria intimidade e toque. Tais categorias compuseram os quatro domínios do instrumento em construção. O instrumento foi submetido à análise semântica e conceitual por um painel de juízes composto por sete peritos, e na seqüência a um pré-teste junto à população-alvo, resultando em um instrumento com 22 itens, tendo o domínio dignidade e respeito 8 itens, intimidade e toque e espaço pessoal e territorial 5 itens cada, e o domínio autonomia 4 itens. Os procedimentos empíricos englobaram a aplicação do instrumento construído, Escala de Satisfação do Paciente Hospitalizado com sua Privacidade Física (ESPH-PF), a uma amostra de 254 pacientes internados na rede hospitalar de Maringá- PR, entre novembro de 2007 e fevereiro de 2008. Os procedimentos analíticos englobaram a análise da consistência interna ( de Cronbach total de 0,68 e variação entre 0,35 e 0,60 nos domínios) e a validade de construto por meio da análise fatorial, extraindo-se seis fatores (57,6% da variância total) e optando-se por manter os quatro pré-estabelecidos (47,7% da variância explicada). A validade convergente do construto utilizando-se a correlação produtomomento de Pearson (p < 0,01) e aplicação da Escala do Sentimento frente à Invasão do Espaço Territorial e do Espaço Pessoal do Paciente Hospitalizado (EMS-FIETEP), contemplou o domínio espaço pessoal e territorial da ESPH-PF e confirmou o poder discriminativo de todos os 22 itens do instrumento. A validade discriminante do construto empregando o teste t de student (p < 0,05) não encontrou diferença estatística significante, exceto nos grupos extremos relativos à escolaridade. A análise psicométrica demonstra que a ESPH-PF pode ser aplicada para medir a satisfação do paciente com sua privacidade física no contexto hospitalar, sobretudo no que diz respeito à exposição e manipulação corporal. Os resultados obtidos junto a essa população não podem ser generalizados, porém comprovam a importância de se avaliar a satisfação do paciente com sua privacidade física, visto que o nível de satisfação revela, implicitamente, as preferências e necessidades dele por privacidade, e indiretamente também reflete o desempenho dos profissionais de saúde relativo à proteção e manutenção da privacidade no hospital.