Adaptação transcultural e validação do Personality Diagnostic Questionnaire-4+ (PDQ-4+) para o português brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pessi, Cristina Plentz
Orientador(a): Hauck, Simone
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/199038
Resumo: Transtornos da Personalidade (TP) são crônicos e possuem um impacto negativo no funcionamento pessoal e social do indivíduo. Constituem um importante fator de risco para o desenvolvimento de diversos transtornos psiquiátricos, especialmente transtornos de humor e abuso de substâncias, impactando negativamente no curso, prognóstico e tratamento das comorbidades. Sua prevalência na população é de 10 a 20%, podendo chegar a 50% entre os pacientes psiquiátricos. Sua detecção precoce é de extrema importância, pois a maioria destes pacientes geralmente busca tratamento apenas quando já existem outros transtornos psiquiátricos comórbidos. O desenvolvimento e validação de instrumentos auto-aplicáveis, que possam ser utilizados para identificar possíveis casos, possibilita que um maior número de indivíduos seja diagnosticado precocemente. Hyler desenvolveu um questionário auto-aplicável, o Personality Diagnostic Questionnaire– 4+ (PDQ-4+), cuja primeira versão foi publicada em 1987, baseado nos critérios do DSM para os TPs. O objetivo desse estudo é o de descrever o processo de tradução e adaptação transcultural do (PDQ-4+) para o português brasileiro e avaliar a confiabilidade e validade de constructo dessa versão do instrumento. Métodos: O instrumento original foi inicialmente traduzido por dois grupos independentes, compostos por psiquiatras e psicólogos, resultando em duas versões (P1 e P2) que, em um segundo momento, foram examinadas por um comitê de especialistas. Após a comparação das traduções, foi produzida, uma única versão final (PF1), que foi então retro-traduzida para o inglês por dois tradutores, cuja língua nativa é o inglês, originando duas novas versões (BT1 e BT2), que foram novamente avaliadas a fim de verificar o quanto estas diferiam do instrumento original em relação ao sentido do texto. A partir disso, foi produzida uma versão final, que foi retrotraduzida e enviada juntamente com a versão final em Português Brasileiro ao autor do instrumento original que aprovou na íntegra a versão definitiva. Posteriormente foi avaliada a confiabilidade e validade interna da versão brasileira do PDQ- 4+, que foi aplicada em uma amostra constituída por 646 participantes entre 18 e 86 anos, recrutados on-line através das redes sociais (Facebook e Whatsapp). O SPSS versão 20.0 foi utilizado para análise dos dados. A consistência interna foi examinada usando coeficientes alfa de Cronbach, e foi conduzida uma Análise Fatorial Exploratória com base na extração de componentes principais e rotação Promax a fim de explorar a estrutura subjacente da escala. Resultados: Em relação à consistência interna, as escalas atingiram coeficientes alfa que variaram de 0,38 (TP Histriônico) a 0,69 (TP Evitativo). A média para os PDs foi de 0,55. A medida KMO indicou que a força das relações entre as variáveis foi alta (KMO = 0,88) e o teste de esfericidade de Bartlett foi significativo (qui-quadrado(66) = 2048,447, p<0.001) indicando que era apropriado usar o modelo analítico fatorial. A Análise Fatorial Exploratória resultou em 3 fatores com autovalores >1, que foram responsáveis por 62,8% da variância total em uma estrutura que foi teoricamente interpretável. Conclusões: Os resultados sugerem que a versão brasileira do PDQ-4 + tem consistência interna moderada, semelhante ao que foi encontrado em outros estudos. A análise fatorial identificou uma estrutura composta por 3 fatores principais, que corresponderam à proposta pelo DSM-5, que divide os TPs em 3 grupos.