Em busca da cidadania: Praças da Armada Nacional - 1867-1910

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Arias Neto, José Miguel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-20062023-124441/
Resumo: O objetivo deste estudo foi investigar o processo histórico que presidiu as lutas das praças da Marinha de Guerra do Brasil para o reconhecimento de sua condição de cidadãos, até a revolta de 1910. Os termos desta problemática nasceram do documento encaminhado pelos marinheiros ao governo do marechal Hermes da Fonseca em 1910, e da bibliografia que tratou daquela revolta. Segundo esta bibliografia, o movimento dos marinheiros se caracterizaria como uma revolta não política, militar ou popular contra os castigos corporais na Armada. O movimento também foi visto como inevitável e fatal, o derradeiro protesto contra uma situação transmitida como herança pelo Império à República. Para alcançar o objetivo proposto, era necessário, portanto, compreender a dinâmica política e social na qual se insere a Marinha de Guerra enquanto instituição do Estado, e verificar se e quais transformações teriam ocorrido na estrutura da força, ao longo do período que vai da formação do Estado Nacional até o início do século XX. A pesquisa demonstrou, que a estrutura da Armada se configurou como elemento fundamental na constituição e manutenção da unidade do Estado nacional. Decorreu disto a implantação de um sistema militar baseado no recrutamento forçado de cidadãos e em um regime de suplícios. Este sistema manteve-se até o final do período imperial, quando as transformações sócio-econômicas pelas quais passou o país conduziram à reformas que promoveram um reforço das hierarquias social e militar no interior da corporação, resultando no incremento do arbítrio dos comandantes. Por outro lado, o envolvimento da oficialidade naval na \"questão militar\" promoveu uma desarticulação das redes de hierarquia e disciplina na Marinha, criando condições para a emergência do movimento de 1910. Este se caracterizou como ruptura e como novidade política, na medida em que as praças, neste processo, constituíram-se como sujeitos de direitos e exigiram seu reconhecimento como cidadãos republicanos e, ao mesmo tempo, a transformação no sistema militar objetivando a implantação de uma carreira profissional para os marinheiros.