Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Fonseca, Maria Cristina Itagiba |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-20122022-113119/
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Resumo: |
O medo da violência nas grandes cidades tem efeito importante na organização do espaço urbano e nas políticas de gestão. Os discursos e estratégias de segregação como tentativa de garantir segurança são constantemente reatualizados, produzindo como efeito também a criminalização de sujeitos que são identificados como diferentes e estranhos por aqueles que se consideram legítimos aos seus territórios. Deve-se considerar que as marcações que separam quem deve ser protegido de quem precisa ser vigiado parecem estar calcadas em um processo histórico de dominação, segregação e exploração, resultado de nosso processo de colonização, que não cessa de se repetir. Considerando a complexidade dos elementos conexos à (e na) cidade, este trabalho tem por finalidade compreender as relações entre sujeitos e territorialidade a partir de discursos, disputas e conflitos que permeiam o espaço público, tendo sido eleito como objeto de estudo o território da Praça Roosevelt, localizada no centro da cidade de São Paulo. Como método de investigação, optou-se pela etnografia na tentativa de conhecer e compreender a praça, os modos de relação possíveis a partir dela e os conflitos de vizinhança que surgem em função de suas formas de ocupação. Foram realizadas visitas de observação à Praça Roosevelt, registros em vídeos e fotos e em diário de campo das experiências no território, além da participação, durante o ano de 2019 e início de 2020, nas reuniões do Conselho Comunitário de Segurança (CONSEG), uma entidade de apoio à Polícia Estadual no trato das relações comunitárias, responsável pela região em que a praça está inserida,. Para situar a investigação na história da praça, optou-se por levantamento de documentos oficiais, tais como os registros em atividades da Câmara Municipal e recortes de jornal arquivados na Biblioteca da Câmara. Também foram realizadas entrevistas com moradores, frequentadores, artistas e comerciantes locais. Os discursos sobre a Praça Roosevelt são muito diversos e estão entrelaçados à posição e às identidades com as quais os informantes se apresentam em sua relação com a praça. A pluralidade característica do local torna-se um problema que, muitas vezes, as forças de segurança pública são convocadas a resolver. Foi possível ainda identificar que, independentemente da posição que o sujeito ocupa, os problemas de convivência são localizados em um Outro, seja este um forasteiro ao território ou vizinho autoritário. Este fenômeno observado foi então analisado a partir das proposições psicanalíticas freudianas que tratam de fenômenos sociais e de grupos a partir, dentre outras, da noção de narcisismo, considerando ainda o entrelaçamento entre essa vertente teórica e perspectivas sociohistóricas latino-americanas que consideram as formações sociais brasileiras fundadas a partir de uma lógica de exploração escravocrata e racista |