A cultura histórica no ensino médio do Estado de São Paulo: análises sobre o Novo Currículo Paulista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, José Faustino de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59140/tde-05022024-090358/
Resumo: O tema desta investigação emergiu da elaboração e implementação de um novo currículo paulista para o Ensino Médio, chamado de \"Currículo em Ação\", homologado em agosto de 2020, um ano depois do novo currículo para o Ensino Infantil e Fundamental. No ano de 2021, foi iniciada a implementação do Novo Ensino Médio na rede escolar do Estado de São Paulo, o que suscitou questões sobre a identidade curricular do Novo Currículo Paulista para o Ensino Médio. Neste registro, a presente tese tem como questão central: o que tem de novo para o Ensino Médio, no campo da História, no Novo Currículo Paulista - \"Currículo em Ação\" - proposto pelo Governo do Estado de São Paulo? Por isso, nosso objetivo geral é analisar o Novo Currículo Paulista no âmbito da área de História para o Ensino Médio, o que implica três objetivos específicos, a saber: discutir o que é currículo; descrever o Novo Currículo Paulista e analisar sua identidade curricular; identificar e analisar a cultura histórica que o Novo Currículo Paulista para o Ensino Médio/História busca promover. Nossa tese considera que a cultura histórica que produziu o NCP repercute a centralidade hegemônica e ideológica da educação pelas competências a fim de buscar formar cidadãos flexíveis quanto ao trabalho, fechados quanto à identidade e incapazes de (re)elaborar as narrativas criticamente. Quanto ao delineamento metodológico, optamos por realizar um estudo de caso com análise documental e abordagem qualitativa. Do ponto de vista teórico, focalizamos em autores que se situam entre os campos da Teoria da História, do Ensino de História, Filosofia da Linguagem e da pesquisa educacional para refletir sobre conceitos, como os de currículo, cultura histórica e paradigma narrativista. Os resultados permitem-nos afirmar que o Novo Currículo Paulista e o Novo Ensino Médio distanciaram a possibilidade de um Ensino Médio que concilie objetivos propedêuticos e a formação para o mundo do trabalho, entre outras razões, porque foram elaborados e implementados sem a conversação necessária ao êxito de qualquer currículo. Nossa proposta é ampliar, enriquecer e manter a conversação sobre os currículos, as experiências humanas em geral e as interpretações a elas correspondentes. Afinal, delas emergem a orientação para a ação e a constituição de sentido, atributos da cultura histórica. Esta, pluralizada pela conversação, pode contribuir com a produção de currículos mais legítimos e representativos. Perspectiva que coaduna com a concepção de currículo como narrativa por implicar a superação de silenciamentos, aspecto que favorece uma formação cultural e educacional transformadora.