Efeitos do transporte e da adaptação ao confinamento em garrotes portadores ou não de Mannheimia varigena na nasofaringe

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Dias, Mailson Rennan Borges
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-27022019-113405/
Resumo: Objetivou-se estudar efeitos negativos do transporte ao confinamento e do período de adaptação neste, assim como avaliar a presença de bactérias possivelmente patogênicas na nasofaringe durante este processo. Foram empregados 48 bovinos machos da raça Nelore, com 372 ± 27 kg de peso corpóreo, os quais viajaram ao confinamento, em caminhões-gaiola, em torno de 167 km, com duração de 4 h. Os mesmos foram pesados na saída, chegada e 48 h após. Amostras de sangue da veia jugular e swab da nasofaringe foram obtidos nos mesmos momentos e no 10º d, com exceção da saída. Para a obtenção do swab foi empregado zaragatoa acoplada à pinça Allis, ambas com 15 cm. O volume globular (VG) foi analisado no sangue total e a partir dessa variável foi calculado o déficit de volume plasmático (DVP). No soro foram determinados os teores de albumina e globulinas, calculando-se sua relação. O material do swab foi semeado em ágar sangue de carneiro (5%) com base Columbia e ágar McConkey e alíquotas desta cultura foram submetidas à técnica MALDI-TOF MS. Para a identificação bacteriana pelo espectro proteico, foi utilizado o programa BioTyper™. As colônias bacterianas identificadas pelo MADI- TOF MS como pertencentes a família Pasteurellaceae foram submetidas à identificação pelo sequenciamento parcial do gene 16S rRNA. Dessa família foi isolada, pela primeira vez no Brasil, apenas Mannheimia varigena em 31,2 % dos animais, no dia da chegada ao confinamento, desaparecendo em seguida. Identificaram-se também bactérias do gênero Bacillus ssp., que inibe o crescimento do gênero Mannheimia spp., principalmente dos animais negativos (93,7%) e em menor frequência (46,7%) dos positivos. Bovinos positivos à M. varigena perderam percentualmente mais peso (p = 0,045) durante a viagem que os negativos, não existindo diferença na 48ª h (p = 0,117). Quanto mais leve foi o bovino maior foi a sua perda de peso (p < 0,0001) e seu grau de desidratação (p = 0,005) durante a viagem, recuperando essa última variável parcialmente durante a adaptação. Nesse período a desidratação espelhou positivamente o peso perdido (r = 0,65). A viagem e a adaptação estimularam a produção de globulinas, em especial nos positivos no 10º d (p =0,023). A desidratação identificada foi de grau leve em 20% dos animais e moderada em 17,8%. O DVP identificou melhor o grau de desidratação que o VG. O estresse do transporte e a adaptação não foram suficientes para desencadear quadros respiratórios nas reses positivas para M. varigena.