Fenologia e estrutura de uma floresta semidecídua, em Botucatu-SP: relação com as fases de desenvolvimento sucessional

• Ano de defesa: 1998
• Autor(a) principal: Fonseca, Renata Cristina Batista
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: FENOLOGIA; FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL
• Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11142/tde-20220208-040403/

O presente trabalho tem como objetivo estudar a fenologia de uma comunidade florestal (árvores, arbustos e lianas ), em um trecho de Floresta Estacionai Semidecidual no município de Botucatu-SP (latitude: 22°49S, longitude: 48°23W e altitude 577) baseando-se na análise estrutural do mesmo, e verificar se o comportamento fenológico da comunidade varia de acordo com as diferentes fases do mosaico sucessional. Desta forma, foram alocadas 200 parcelas de 10m x 10m formando um gride de 200m x 100m no centro do fragmento, onde procedeu-se a análise estrutural e o estudo fenológico. Para separar a área de estudo em unidades que apresentassem as diferentes fases de desenvolvimento do mosaico florestal (clareira, construção e madura) foi realizada uma análise de agrupamento baseada nas características estruturais de cada parcela. Além dos parâmetros normalmente utilizados em levantamentos fitossociológicos, outros parâmetros, como densidade de cobertura, altura do dossel e cobertura por lianas, foram estimados com o objetivo de caracterizar ainda melhor as diferenças estruturais entre as parcelas. Para o estudo fenológico foram realizadas observações quinzenais de todas as espécies arbóreas e arbustivas amostradas no levantamento fitossociológico. Para as espécies com o número de indivíduos superior a 10, foram sorteados apenas 10 indivíduos para compor a amostra. No caso das lianas, devido a dificuldade de isolar indivíduos, as observações foram realizadas no nível de parcelas onde foram anotadas todas as espécies que floresceram e/ou frutificaram em cada parcela. Foram definidas as épocas de floração, frutificação, queda de folhas e brotamento para árvores e arbustos, e floração e frutificação para lianas. Foram comparados os padrões fenológicos entre as formas de vida, e as fases de desenvolvimento do mosaico florestal. A comunidade florestal estudada apresentou padrões sazonais para as fenofases queda e folhas, brotamento, floração e frutificação. O período de maior diversidade (porcentagem de espécies) na floração e frutificação nem sempre correspondeu ao período de maior produção (porcentagem de indivíduos) de flores e frutos na comunidade. Variações ocorreram no comportamento fonológico das espécies de acordo com a estratificação (sub-bosque, sub-dossel e dossel) e distribuição no mosaico florestal (clareira e borda de clareira). Foi observada uma assincronia dos períodos de maior floração e frutificação entre árvores, arbustos e lianas. O comportamento fonológico da comunidade apresentou variações de acordo com as fases de desenvolvimento do mosaico florestal. A influência das lianas no padrão de floração e frutificação foi maior na comunidade referente às fases de clareira e construção. Nas áreas em fase madura o padrão de floração foi determinado pelas espécies arbustivas, ou melhor de sub-dossel, enquanto que o padrão de frutificação foi determinado por árvores e arbustos. Os resultados obtidos neste trabalho reforçam a importância das lianas na manutenção de recursos para polinizadores e dispersores em períodos críticos. Além disso, evidencia a contribuição dos arbustos na oferta de recursos para a fauna principalmente nas áreas maduras, onde ocorrem com maior freqüência.