Testes farmacológicos de estímulo de GH em crianças e adolescentes: análise dos exames realizados no HCFMRP-USP nos últimos 15 anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Teodózio, Ana Carolina Maia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17165/tde-05062023-134301/
Resumo: Introdução: A baixa estatura (BE) é uma queixa frequente em pediatria e muitas vezes é necessário avaliar a presença de deficiência de GH (DGH) através de testes de estímulo farmacológico de GH (TEGH). No entanto, estes testes apresentam limitações que dificultam sua interpretação e o estabelecimento de valores de referência. Objetivos: Descrição dos TEGH realizados no HCFMRP-USP entre 2001-2016 na população pediátrica, para avaliar o número e tipos de testes empregados, os resultados obtidos, a influência do priming com esteroides sexuais, a concordância entre os testes, as complicações observadas, a caracterização e os diagnósticos dos pacientes submetidos a teste. Metodologia: Estudo de coorte retrospectivo, onde foram levantados todos os TEGH realizados nesse período. Para comparações entre os testes, utilizou-se o teste exato de Fisher (variáveis categóricas), o teste não paramétrico de Wilcoxon (variáveis contínuas) e o teste t de Student (análise pareada). A concordância entre os TEGH foi avaliada pelo teste de Bland-Altman. A caracterização da população e dos TEGH foi feita pelo cálculo de média, DP, mediana e intervalo. Resultados: Foram realizados 1109 testes em 901 crianças e adolescentes. O teste mais realizado foi o teste de tolerância à insulina - ITT (46%), seguido pelos TEGH com L-dopa (29%) e glucagon (25%). A maioria apresentou pico de GH<5 ng/mL, porém houve importante dispersão dos picos de GH nos três estímulos. Os testes com priming apresentaram mediana de pico de GH maior do que os testes sem priming nos ITT (8,3 vs 4,2 ng/mL, p=0,04) e nos TEGH com L-dopa (5,7 vs 4,9 ng/mL, p=0,03). Em pacientes com BE isolada (BEI = familiar, constitucional e/ou idiopática), a média dos picos de GH foi semelhante nos testes com priming (9,8 vs 6,7 ng/mL, p=ns). Em pacientes com DGH, o priming não influenciou a média dos resultados dos TEGH (1,5 vs 1,4 ng/mL, p=ns). Os resultados dos TEGH num mesmo indivíduo foram discordantes, porém observou-se melhor concordância entre os ITT e testes com L-dopa. Durante a realização dos testes de glucagon e L-dopa, a maioria dos pacientes permaneceu assintomática (63% e 57%, respectivamente). Nos ITT, a maioria apresentou sinais leves decorrentes da hipoglicemia (46%), porém nenhum evoluiu com desfecho desfavorável. Na admissão, a maioria era do sexo masculino (60%), pré-púbere (69%), com mediana de 10,1 anos de idade, -2,6 DP de estatura e -0,4 DP de VC. O IGF-1 foi dosado em 80% dos pacientes, e a mediana da concentração plasmática foi -0,3 DP. A maioria apresentava idade óssea atrasada (52%) e 55% pacientes realizaram RNM de sela túrcica, sendo que a maioria foi normal (43%). DGH isolada ou associada a deficiência de outros hormônios hipofisários foi confirmada em 26%, enquanto 35% tiveram BEI como diagnóstico final. Conclusões: O teste mais realizado foi o ITT. O priming aumenta os valores de pico de GH em pacientes com BE isolada, o que poderia auxiliar na diferenciação com DGH, porém seu benefício não foi demonstrado neste estudo. Observa-se discordância entres os diferentes testes, porém a melhor concordância observada foi entre ITT e L-dopa. Os TEGH com glucagon, L-dopa e os ITT são seguros em pediatria.