Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Costa Júnior, Domício Antônio da
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Orientador(a): |
Rodrigues, Cibele Velloso
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Banca de defesa: |
Belisário, André Rolim
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Ribeiro, Raquel Tognon
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Multicêntrico de Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia Molecular
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Departamento: |
ICV - Instituto de Ciências da Vida
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11466
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Resumo: |
A anemia falciforme (AF) apresenta manifestações clínicas graves e multissistêmicas. As complicações da AF são inversamente proporcionais às concentrações de hemoglobina fetal (HbF), entre outros fatores modificadores, com destaque para a co-herança de deleção da alfa-talassemia. Embora a AF não afete o crescimento embrionário, aos dois anos de idade pode-se notar um déficit no peso e estatura, que vai se acentuando progressivamente, com destaque maior na fase de adolescência, quando o atraso puberal faz acentuar a diferença entre o peso e altura das crianças comparadas aos controles saudáveis. O prejuízo no crescimento de crianças com AF inclui diversas causas, como a hipóxia tecidual, anemia, vasculopatia, desnutrição, infecções de repetição, hipogonadismo, deficiência na secreção do hormônio do crescimento (GH) ou alteração no eixo hormônio do crescimento/fator de crescimento semelhante à insulina (GH/IGF1). A terapia com hidroxiureia (HU) vem impactando na diminuição da morbimortalidade de adultos e crianças. Nesta pesquisa avaliou-se de forma longitudinal o perfil de crescimento, a eficácia da terapêutica com HU em atenuar os prejuízos no crescimento, o papel do eixo GH/IGF1 e a influência de fatores modificadores, como a HbF e alfa-talassemia, em crianças de 3 a 12 anos com AF. O estudo envolveu 39 pacientes cadastrados no Hemocentro de Governador Valadares da Fundação Hemominas com média de idade de 8,2 ± 2,2 anos, 51,3% (n = 20) do sexo masculino e 64,1% (n = 25) sob tratamento com HU. A prevalência de baixa estatura nas crianças foi de 10,3% (n = 4), embora entre os pais tenha sido de 14,4% (n = 11). O EZ da estatura das crianças foi -0,75 ± 1,1, sendo que 15,4% (n = 6) delas apresentaram níveis séricos de IGF1 ajustados pela idade cronológica (IC) abaixo da normalidade. Avaliando a diferença entre o EZ/estatura dos pais e EZ/estatura das crianças, encontramos maior prejuízo na estatura das crianças em relação ao alvo genético naquelas mais baixas, com menor previsão de estatura final (PEF) calculada por meio da idade óssea (IO) e co-herança de alfa-talassemia. Por outro lado, avaliando-se o eixo GH/IGF1 pelo EZ/IGF1 e EZ/IGFBP3 ajustados para a IC ou IO, observaram-se maior comprometimento do eixo nas crianças com menor índice de massa corporal (IMC), maior atraso na IO em relação à IC, maiores níveis séricos do hormônio estimulante da tireoide (TSH), menor estatura, menor nível de HbF, co-herança de alfa-talassemia e com menos tempo de uso da HU. Em conclusão, embora a estatura das crianças com AF não se mostrou prejudicada em relação à estatura dos pais, existe um grupo de crianças com maior comprometimento do seu potencial de crescimento. Entre os possíveis fatores associados ao comprometimento estatural nessa parcela das crianças com AF estão a co-herança de alfa-talassemia, menor proporção de HbF, maiores níveis de TSH, menor IMC, IO atrasada e o uso de HU por pouco tempo. Estes fatores mostraram associação com menor eficiência do eixo GH/IGF1. |