Críticas ao Estado de Bem-Estar Social: individualismo, esclarecimento e emancipação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Bachur, João Paulo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-22032023-121031/
Resumo: O ponto de partida deste estudo é o núcleo conceitual específico da teoria política moderna, composto por alguns conceitos com raízes na filosofia política do século XVIII, tais como \"Esclarecimento\", \"emancipação\", \"individualismo\", \"legitimidade\", \"indivíduo\" e \"Estado\", bem como por conceitos pertencents à teoria política contemporânea, especificamente, \"social-democracia\" e \"Estado de bem-estar\". Nesse arcabouço conceitual, a filosofia política moderna se organizou de forma a assegurar legitimidade política ao Estado moderno perante o indivíduo, no contexto do projeto iluminista de emancipação do homem. Nesse contexto, individualismo e liberalismo estavam fundidos. Inspirado pela historiografia conceitual (Koselleck), a legitimidade política se torna então um permanente e insolúvel problema - devido à dialética entre moral e política, o Iluminismo iniciou um processo contínuo de crítica e crise do poder político. Isso significa que as críticas ao Estado de bem-estar e à social-democracia não serão vistas simplesmente no pano de fundo da \"crise fiscal\", mas como a versão contemporânea da dinâmica aporética da filosofia política moderna, como o ponto culminante do inacabado projeto do Esclarecimento. Nessa perspectiva, a apresentação das críticas à social-democracia e ao Estado de bem-estar mostra como a idéia de individualismo, valor típico do liberalismo clássico, foi reconstruída pela nova direita, de um lado; traduzida e incorporada em uma versão muito peculiar pela nova esquerda, de outro. Essa discussão, finalmente, recupera a dialética do Esclarecimento e a crise do indivíduo; e permite formular algumas perguntas sobre o futuro da teoria política em relação a seu problema central: legitimidade política e emancipação