O uso de fones de ouvido e o novo individualismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silberschneider, Clara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-19022021-192906/
Resumo: A presente dissertação tem como intuito investigar os ouvintes de fones de ouvidos e compreender a relação entre esses indivíduos e seus aparelhos. A pesquisa investiga a sociedade contemporânea através do fenômeno \"Era Digital\", juntamente com bibliografias a respeito de um tipo ideal de \"novo individualismo\" que abre campo para novas modalidades de interação entre \"humano-máquina\". Os elementos sociotécnicos de aparelhos de reprodução sonora são investigados através de uma breve análise histórica e possibilitam que o leitor e leitora perceba como o ato de escutar, no Ocidente, foi se direcionando a esferas privadas e de intimidade de cada ouvinte. Através de um jogo de escalas, a pesquisa também conta com um estudo de caso com alunos de ensino médio e inclui observações de campo, análises quantitativas e qualitativas que dialogam com a literatura e ilustram algumas maneiras pelas quais os fones de ouvido são manipulados por millenials em São Paulo. A hipótese segue: os fones de ouvido na atualidade \"encapsulam\" seus usuários, ao oferecerem uma nova perspectiva de construção e experimentação das realidades individuais. Isto é, o fone de ouvido possibilita que seu ouvinte se feche para o mundo, mas por outro lado esse aparelho fornece uma gama de realidades a serem acessadas em qualquer momento e lugar. A conclusão consiste na verificação de que o encapsulamento pelos fones ocorre, não como um simples isolamento social ou solidão, mas como um processo atrelado a profundas mudanças no que significa ser social e se socializar nos dias de hoje.