Influência da palmilha (plataforma para tarso) no equilíbrio do paciente com hanseníase e alteração de sensibilidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Rached, Thania Loiola Cordeiro Abi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-20072016-145946/
Resumo: A hanseníase é doença crônica causada pelo Mycobaterium leprae e possui como característica a alteração de sensibilidade cutânea, causando deformidades de mãos e pés. O tratamento compreende o uso de medicamentos (PQT) e o Ministério da Saúde (MS) preconiza o uso de palmilhas tipo Plataforma para Tarso (PT) como tratamento complementar. Há na literatura muitos artigos sobre o uso de palmilhas para melhora do equilíbrio e redistribuição da pressão plantar em pacientes neuropáticos, mas não foram encontrados estudos que incluíssem as palmilhas PT. Neste estudo comparou-se o equilíbrio do paciente hanseniano com valores de normalidade pré-definidos e também comparou-se prospectivamente a influência da palmilha PT no paciente com hanseníase, por meio de testes de equilíbrio estático e dinâmico realizados com o aparelho Balance Master (NeuroCom Int. Inc.) antes e após 3 meses de uso. Foram selecionados 40 pacientes em tratamento no HCFMRP, dos quais 19 mantiveram o seguimento à pesquisa (68,4% do sexo masculino, com média etária de 51,95), e todos com mesma classificação operacional Multibacilar. Os testes delinearam o comportamento destes pacientes com relação aos controles involuntário de equilíbrio (sistemas sensoriais-teste modifCTSIB) e voluntário de excursão do Centro de Gravidade Corporal (COG; teste LOS), bem como a estabilidade da marcha (teste WA). Os resultados obtidos com o modifCTSIB mostraram que os pacientes com hanseníase, para o controle do equilíbrio (de acordo com a relação entre testes com olhos abertos e fechados, e para superfície estável e instável; valor p<0,01 para todas as correlações aplicadas), são mais dependentes do sistema visual que do somatossensorial, em relação à normalidade. As palmilhas PT não influenciaram na modulação dos sistemas sensoriais (p>0,05). No entanto o uso das palmilhas interferiu negativamente no teste LOS, para as variáveis distância final percorrida e máxima excursão do COG somente no ponto para frente e para esquerda (p<0,01), e favoreceu o controle direcional do COG no mesmo ponto (p=0,02). Na análise dos prontuários foram identificados déficits sensitivos com maior frequência nos antepés esquerdos. O teste WA revelou que os pacientes apresentaram a marcha mais lenta em relação ao padrão de normalidade, e aumentaram a velocidade de marcha (p=0,04) e o comprimento do passo (p=0,04) após o uso das palmilhas. Concluiu-se que as palmilhas tipo PT favoreceram a estabilidade para a marcha e para o controle voluntário do equilíbrio. E ainda foi observado que os pacientes tornaram-se dependentes das palmilhas, fator importante a ser considerado pelo serviço de Saúde após a alta medicamentosa