Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Silva, Patrícia Paula da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-22082023-173119/
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Resumo: |
A presente pesquisa se propôs a analisar o atual perfil de estudantes-trabalhadores/as do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (DG-USP). Pretendeu-se demonstrar a tese de que os impactos provocados pelo neoliberalismo - no âmbito do trabalho, da educação e da subjetividade - e a implementação da reserva de vagas para ingresso de estudantes oriundos de escolas públicas (EP), pretos, pardos e indígenas (PPI), na Universidade de São Paulo provocaram transformações socioeconômicas que permitem assumir a existência de um novo perfil de estudantes-trabalhadores/as no DG-USP. Nossa investigação foi realizada a partir de uma abordagem qualitativa e quantitativa: a primeira construída mediante pesquisa bibliográfica e análise de entrevistas com o corpo docente e discente do DG-USP; a última partir do exame dos formulários socioeconômicos da FUVEST nos anos de 2001, 2005, 2010 e 2015 e daqueles respondidos pelos/as estudantes do DG-USP nos anos de 2018 e 2020. As referências bibliográficas evidenciam que, desde os anos de 1970 e mais intensamente nas últimas décadas, o avanço das políticas neoliberais no aparato da administração pública brasileira vem implicando a inserção desses/as estudantes-trabalhadores/as em um mercado de trabalho precarizado, inseguro e instável. A educação, atravessada pelos princípios do neoliberalismo, se volta para a formação, quase que exclusiva, de mão de obra adequada à nova morfologia do trabalho e contribui para a construção de subjetividades orientadas pela competitividade, individualidade e autorresponsabilização. Desse modo, percebe-se que o tripé destrutivo do mercado de trabalho - composto pela flexibilização, terceirização e informalidade - e a constituição do sujeito neoliberal têm provocado o adoecimento físico e mental dos/das trabalhadores e trabalhadoras. Nesse cenário, a implementação da reserva de vagas na USP, a partir do vestibular de 2016, representa o ingresso de maiores percentuais de estudantes de baixa renda, oriundos de EP e PPI, parcela da sociedade mais afetada pela precarização do trabalho. O (que chamamos aqui de o) novo perfil de estudantes-trabalhadores/as do DG-USP apresenta como principais dificuldades acadêmicas a falta de tempo, as dificuldades relativas à leitura e escrita acadêmicas, as questões financeiras e psicológicas e o excesso de tarefas acadêmicas. Com isso em mente, evocamos a importância da Geografia enquanto ciência e disciplina escolar capaz de contribuir para a construção de um projeto de sociedade que priorize uma formação crítica e libertadora (nos termos freirianos) e defendemos uma educação anti-hegemônica que considere o potencial democratizante desse novo perfil de estudantes e que seja capaz de enfrentar as imposições e contradições da privatização e precarização neoliberais impostas ao mercado de trabalho, às escolas e universidades brasileiras. |