Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Besen, Beatriz |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100134/tde-08012024-121833/
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Resumo: |
A presente pesquisa compara o ativismo juvenil nas Direitas Radicais do Brasil e da Alemanha, analisando discursos, identidades e sentidos da participação política. A partir de entrevistas biográficas com ativistas, são apresentadas doze (re)construções das trajetórias de engajamento, nas quais se identificam percursos e identidades plurais. Ao analisar as reconstruções, busca-se compreender o ativismo desses jovens como uma experiência de participação liminar, a qual combina práticas reconhecidas como democráticas como a militância de base, os estudos, a organização de manifestações e a preparação para cargos políticos com agendas e estratégias não reconhecidas como tal, como o ataque às minorias e ao Estado enquanto regulador das desigualdades. Embora seja identificada a legitimação do discurso de ódio e exclusão na expansão dos discursos das Direitas Radicais na esfera pública, a perspectiva biográfica revela uma diversidade de constelações de conflito e identificações com uma posição antagônica em um contramovimento. A partir da (des)construção das narrativas em categorias temáticas, identifica-se o engajamento nesses movimentos como um processo permeado pela interpelação de discursos relacionados ao conservadorismo social e ao neoliberalismo, os quais moldam \'realidades\' e \'sistemas de representação\'. A \'família\' como ponto de referência é explorada, evidenciando as normatividades e o ocultamento das relações de poder e opressão, as quais se revelam na distribuição dos espaços e agendas no interior dos movimentos. O conceito estratégico de \'cultura\' substitui discussões sobre raça, etnia e classe. Demonstra-se uma ampla adesão às agendas de defesa do armamento civil no Brasil e anti-imigração na Alemanha, similarmente ancoradas no mecanismo de construção de um Outro ameaçador. O discurso acerca da loucura e da degeneração da sociedade opera como legitimador da urgência e radicalidade de ação. A análise das narrativas também evidencia o desejo de serem agentes de mudança social e experiências de aprendizado que \'escapam\' às cadeias significantes fornecidas pelos movimentos. A pesquisa indica que o crescente engajamento jovem nas Direitas Radicais reflete transformações comuns nas identidades e nos modos de subjetivação política no Brasil e na Alemanha, embora envolva agendas e trajetórias particulares aos países. Discute-se, por fim, a necessidade de estratégias democráticas que permitam o acesso à esfera pública não apenas pelo reconhecimento de identidades, mas também como espaço de exploração, no qual possam ser experimentadas e inauguradas posições que ultrapassem binarismos maniqueístas. |