(Des)Construção do Eu: Uma análise interpretativa do consumo liminar de mulheres transexuais.
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Administração
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Departamento: |
Instituto de Ciências Sociais Aplicadas
Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu Instituto Três Rios |
País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Palavras-chave em Inglês: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10337 |
Resumo: | O contexto brasileiro apresenta um modelo de sociedade com intensa desigualdade social, opressão e segregação em relação a população transexual (BALZER, 2007). Tal fato se traduz em uma perversa estatística que localiza o Brasil como país que mais assassina pessoas transexuais no mundo (ANTRA, 2018). Sabendo que o consumo é uma atividade cultural e que é através dele que um certo conjunto de princípios se tornam conhecidos – possibilitando a existência de modelos sociais, ou configurações de vida coletiva (DOUGLAS; ISHERWOOD, 2006) –, o objetivo deste estudo reside em compreender como ocorreu o consumo de mulheres transexuais no período da liminaridade relativa às suas construções identitárias nas adequações de gênero. Assim, foi realizada uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório e descritivo orientada pelo paradigma interpretativista. A coleta de dados foi realizada por meio de observações em diversos eventos e locais frequentados pelo público transgênero – ou LGBT – e também através de nove entrevistas em profundidade com mulheres transexuais, uma vez que se desejava compreender as realidades, crenças e experiências deste grupo (MCCRAKEN, 1988). As respondentes desta investigação são residentes da cidade do Rio de Janeiro, com faixa etária compreendida entre 23 e 49 anos. Essas mulheres encontravam-se em momento de adequação identitária ou já tinham concluído a mesma há, no máximo, dez anos. Feita a coleta dos dados e a organização dos mesmos procedeu-se à análise interpretativa hermenêutica, pois esta abordagem permite aos pesquisadores compreenderem como consumidores interpretam as suas necessidades e desejos sobre produtos e serviços diante de suas respectivas condições de vida (THOMPSON, 1997). Os dados sugeriram que o consumo durante o período liminar da adequação de gênero de mulheres transexuais funcionou como redutor das instabilidades e incertezas inerentes deste período. Além disso, a análise também sugeriu que o estigma se apresenta como um fator externo causador de vulnerabilidades no consumo uma vez que pode extrapolar as tentativas de negociação por parte das sujeitas da pesquisa devido ao seu caráter estrutural. |