Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Bernegossi, Aline Christine |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18138/tde-17022023-190848/
|
Resumo: |
O Tetrabromobisfenol A (TBBPA), é um retardador de chamas constituinte de eletrônicos, fios elétricos, entre outros produtos que possuem composição inflamável. Esse composto é um contaminante emergente, proveniente de águas residuárias não tratadas e deposição incorreta de resíduos eletrônicos. A presença do TBBPA nos corpos hídricos vem sendo documentada em baixas concentrações (concentração máxima detectada em lagos de 4,87 μg.L-1). Sua degradação em sistemas de tratamento biológicos ou químicos vêm sendo estudada, visto que o TBBPA pode causar efeitos tóxicos diversos na biota aquática e desregulação endócrina. Portanto, essa pesquisa visou avaliar os efeitos ecotoxicológicos do TBBPA, isolado e em matriz de efluente, pré e pós tratamento em reatores biológicos anaeróbios operando em condições acidogênica (RA) e metanogênica (RM). Os bioensaios do composto em matriz de efluente foram realizados utilizando as espécies Allonais inaequalis, Ceriodaphnia silvestrii, Chironomus sancticaroli, Daphnia magna e Pristina longiseta. Com o composto isolado a espécie Lymnaea stagnalis também foi utilizada. O risco ecotoxicológico do TBBPA foi classificado com base na estimativa do coeficiente de risco. De forma geral, o RM reduziu a toxicidade aguda do afluente sintético enriquecido com TBBPA (100 μg.L-1) de maneira mais eficaz que o RA, apresentando unidade tóxica de 1,62 comparada a 2,93 (efluente RA) e 3,05 (afluente). Com exceção do efluente RM para A. inaequalis, ambos tratamentos reduziram a toxicidade crônica, possibilitando um amento na reprodução de A. inaequalis, P. longiseta e C. silvestrii quando comparados ao afluente dos reatores. Porém, ambos os efluentes permaneceram com potencial de toxicidade aguda e crônica nas espécies, o que confirma a necessidade de tratamentos complementares antes do lançamento no corpo receptor. Ademais, aplicando os bioensaios com o TBBPA padrão (isolado) foi possível determinar a concentração de efeito de toxicidade aguda em 50% dos organismos (CE50), que variou de 678 μg.L-1 (crustáceo C. silvestrii) a 1526 μg.L-1 (inseto C. sancticaroli), concentrações superiores àquelas detectadas em ambientes aquáticos de água doce. Ressalta-se que não foi possível calcular CE50 para o molusco L. stagnalis nas concentrações testadas (de até 3200 μg.L-1). Com relação à toxidade crônica, apesar da elevada sobrevivência nos testes, houve efeito na reprodução para três espécies com ocorrência no Brasil (A. inaequalis, P. longiseta e C. silvestrii), sendo P. longiseta a espécie mais sensível (CE50 de 2,49 μg.L-1, abaixo da máxima concentração detectada em lagos). O risco ecotoxicológico estimado foi de insignificante à baixo risco para a toxicidade aguda e baixo risco à alto risco para a toxicidade crônica. Os resultados com os efluentes mostram como os bioensaios podem ser usados como ferramenta no monitoramento da qualidade dos efluentes e na escolha de configurações de tratamentos. Além disso, os ensaios de ecotoxicidade crônica se mostraram um indicador de toxicidade importante, mesmo quando os resultados de toxicidade aguda apontam um baixo risco de toxicidade aguda do composto. |