Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Vanderlei, Marina Reghini |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-30112022-145535/
|
Resumo: |
O rompimento da barragem do Fundão contendo rejeitos de mineração de Fe na cidade de Mariana (MG) foi, no final do ano de 2015, um grande desastre socioambiental para o Brasil. Além de ter deixado um rastro de mortes, várias famílias desabrigadas e desempregadas, o derrame do rejeito devastou mais de mil hectares de matas e adentrou diversos corpos d\'água até atingir o oceano Atlântico. Mesmo seis anos após tamanho desastre pouco se sabe ainda sobre os reais impactos toxicológicos provenientes do derramamento dos 34 milhões de m3 de rejeito nos diversos ambientes atingidos. Neste contexto, este trabalho objetivou identificar os efeitos da contaminação ambiental por rejeitos de mineração para comunidades aquáticas de água doce de diferentes níveis tróficos afetadas pela intrusão da lama potencialmente tóxica. Para tal, o rejeito do próprio local foi coletado, caracterizado quanto à composição de metais e testado em sistemas aquáticos representativos de ambientes reais, os mesocosmos, de tal forma que simulasse o impacto causado nos locais adjacentes à barragem rompida. Amostras de água e sedimento foram coletadas para realização de testes laboratoriais agudos e crônicos com organismos representativos dos estratos tróficos, tais como algas (R. subcapitata), cladoceros (C. silvestrii e D. similis), organismos bentônicos (C. sancticaroli e A. inaequalis) e peixes (D. rerio). Tendo em vista as quantidades elevadas de metais que compõem o rejeito quantificadas neste estudo, com destaque para manganês e ferro, foi elaborado um design experimental de testes com a mistura binária destes contaminantes, o qual foi desenvolvido na Universidade de Vrije, em Amsterdã, possibilitando um melhor entendimento dos possíveis efeitos destes compostos presentes no rejeito para o cladócero D. magna, representante da base da cadeia trófica. Os resultados observados indicaram efeitos letais principalmente nos organismos bentônicos e subletais nos organismos planctônicos, evidenciando que a proximidade com o contaminante, que tende a se depositar no fundo dos sistemas aquáticos, causa efeitos nocivos até mesmo à sobrevivência. Os metais testados, apesar de serem essenciais ao desenvolvimento de seres vivos e, muitas vezes serem erroneamente considerados inofensivos, foram considerados tóxicos por causar efeitos subletais em concentrações mensuradas em águas afetadas pela lama. Além disso, tanto isolados quanto em mistura, ambos foram altamente acumuláveis na espécie D. magna. Em conjunto, os dados gerados nesta tese e a discussão proposta nos capítulos subsequentes contribuem para o melhor entendimento dos danos causados à biota aquática presente nos ecossistemas atingidos pelo desastre do rompimento da barragem de Mariana (MG) e, consequentemente, nos leva a refletir sobre a proporção em escala trófica que os efeitos tóxicos podem atingir como será discutido em cada capítulo. |