Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Albacete, Marianna Angelo Palmejani |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-26072024-142631/
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Resumo: |
As leucodistrofias constituem um complexo grupo de doenças que acometem a substância branca (SB) cerebral. Os aspectos clínicos, moleculares e de imagem são muito variáveis, tornando o diagnóstico um desafio. Avanços nos campos de imagem por Ressonância Magnética (RM) e da genética têm permitido a melhor caracterização dessas desordens raras. A RM de encéfalo é peça chave dos fluxogramas diagnósticos, inclusive orientando a realização de testes genéticos. O diagnóstico específico gera impacto para o paciente e sua família, com potencial de possibilitar tratamento específico, auxiliar no manejo dos sintomas, informar sobre o prognóstico e aconselhamento genético. Este estudo teve como objetivos: identificar os tipos mais frequentes de leucodistrofias observados na casuística; verificar os dados sociodemográficos, bioquímicos e genéticos; além de identificar os aspectos de imagem encefálica por RM dos pacientes com leucodistrofias. Trata-se de um estudo retrospectivo (2006 a 2019), no qual dados clínicos, sociodemográficos, genéticos e de imagem de pacientes portadores de leucodistrofias foram obtidos por meio de revisão de prontuários médicos e nos servidores do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP). As imagens foram avaliadas por dois médicos especialistas em neurorradiologia por meio do sistema Horos© e os padrões de acometimento da SB foram caracterizados de acordo com o algoritmo proposto pela iniciativa global de leucodistrofias (GLIA). Foram incluídos 53 pacientes, com média de idade (na coleta de dados) de 24,8±13,7 anos. A idade de início dos sintomas variou de 3 meses a 40 anos. Foram identificados 9 tipos de leucodistrofias, sendo a mais frequente Adrenoleucodistrofia (ALD-X) (40%; n=21), seguido de doença da substância branca evanescente (SBE) (24,5%; n=13), Doença de Krabbe (DK) (18%; n=10), Leucodistrofia Metacromática (MLD) (7,5%; n=4), Leucoencefalopatia Difusa Hereditária com Esferóides (2%; n=1), Leucodistrofia 4 H (2%; n=1), Xantomatose Cerebrotendínea (2%; n=1), Doença de Pelizaeus-Merzbacher-like (2%; n=1) e Doença de Canavan (2%; n=1). Os sintomas, mutações genéticas e achados neurológicos foram dependentes do tipo de leucodistrofia. Contudo, declínio neurológico e motor, epilepsia e tetraespasticidade foram os sintomas mais frequentes. Mutações em diferentes genes foram observadas, com destaque para 4 novas mutações no gene GALC (c.1753G>T, c.1993G>A, c.1174T>C, c.673G>A e c.1630G>A) em pacientes com DK. Achados de RM do encéfalo revelaram anormalidades na SB desmielinizantes ou hipomielinizantes. Naquelas desmielinizantes, predominou a clássica apresentação confluente e simétrica, e os diferentes padrões de distribuição variaram com o tipo de leucodistrofia. Nas mais frequentes, houve predomínio posterior periventricular e profundo (ADL-X e DK); lesões na SB profunda com degeneração cística foram vistos em 100% dos pacientes com SBE; comprometimento difuso da SB periventricular em 100% dos casos de MLD. A DK apresentou diferenças relevantes entre os grupos de início precoce e tardio. Características adicionais, como realce, restrição à difusão, acometimento de estruturas da fossa posterior e atrofia também foram avaliadas. As leucodistrofias mais frequentes são a ADL-X, SBE, DK e MLD, predominando no sexo masculino. Características clínicas variam de acordo com a idade de início e o tipo de leucodistrofia, sendo os mais comuns distúrbios neurológicos, motores e epilepsia. Quatro novas mutações no gene GALC em pacientes com DK são observadas, além de mutações encontradas em diferentes genes de acordo com a leucodistrofia. Na RM cada leucodistrofia apresenta um padrão de distribuição das anormalidades da SB que auxiliam a estreitar os diferenciais. Estudos envolvendo dados genéticos, clínicos e de imagem são fundamentais para o melhor diagnóstico e tratamento de cada leucodistrofia. |