Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Penha, Diego Amaral |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-12082021-170835/
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Resumo: |
Esta pesquisa apresenta a tese de que há, na obra do psicanalista Sigmund Freud, elementos teóricos que argumentam a favor da delimitação de certa noção de \"horror\" na psicanálise. Para tanto, foi realizado um mapeamento da presença do termo \"horror\" e expressões variantes com o mesmo radical nas obras de Freud, levando em consideração suas diferentes versões de tradução para o português. Esse mapeamento apontou para quatro termos alemães utilizados por Freud, que com frequência foram traduzidos por \"horror\" em português: 1) Furcht; 2) Schreck; 3) Scheu; e 4) Grauen/Grausen. Cada termo foi analisado conforme sua etimologia oferecida por dicionários, comentadores e tradutores de Freud, bem como pelo próprio psicanalista. A seguir, uma contextualização teórica foi elaborada, elencando os termos a seus respectivos conceitos e noções. Foram traçadas possíveis influências teóricas indiretas, bem como articulações internas relacionadas às descobertas psicanalíticas em sua dimensão clínica. Também foram apontadas incidências de interdisciplinaridade na contextualização desses termos e seus respectivos conceitos ou noções no pensamento freudiano. A investigação desses termos culminou na descoberta de inúmeras imagens, por vezes diretamente apontadas por Freud, mas também inferidas conforme as discussões propostas as demandavam. Essas imagens tiveram na pesquisa a função de ilustração de determinadas descrições de objetos realizadas no texto, porém também tiveram função própria. Elas engendraram uma reflexão sobre o tema proposto, que não se expôs em forma de texto, mas na forma de um mosaico digital que foi elaborado e que recebeu o título de \"Horror Mnemosyne\". Mais do que apresentar imagens de horror ou horríveis, o mosaico é um mapeamento iconográfico do percurso de investigação realizado, sendo que em determinados momentos são especialmente as próprias imagens que indicam o caminho de argumentação que foi seguido no texto. Destacaram-se na pesquisa as imagens relacionadas ao mito grego da Medusa, principalmente aquelas que representam a cabeça da górgona decepada. O manuscrito inacabado de Freud, \"A cabeça da Medusa\", foi um importante articulador das imagens e das palavras abordadas durante essa investigação, uma vez que o gorgóneion [cabeça da górgona] foi sugerida por ele como um importante símbolo de horror. Uma concepção de \"horror\" em Freud só pode ser estipulada perante a constatação da polissemia das palavras e da sobrevivência das imagens. Tais constatações levaram a investigação a destacar a presença, nas obras de Freud, de um gesto de horror, tributário da clínica, mas que encontra seus antecedentes no pensamento e na obra de Charles Darwin e de Jean-Martin Charcot. Portanto, a tese aponta para três níveis de incidência do horror na obra de Freud: 1) horror enquanto palavra; 2) horror enquanto imagem; e 3) horror enquanto gesto. Esses três eixos são desenvolvidos de maneira entrelaçada e fluída, revelando sua intrínseca e dinâmica amarração |