Leitura alfabética, escrita sob ditado, e leitura orofacial: interrelações com vocabulário, consciência fonológica e memória

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santos, Luiz Eduardo Graton
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-18032019-155311/
Resumo: A tese divide-se em duas partes: 1) Relações entre leitura orofacial e leitura alfabética, vocabulário auditivo, consciência fonológica, memória de reconhecimento visual de figuras e de pseudofiguras, e compreensão de leitura de sentenças; 2) Escrita sob ditado e relações com leitura orofacial. Na Parte 1, 157 crianças de 6, 7 e 8 anos de idade de NSE muito elevado, foram avaliadas em leituras orofacial e alfabética, vocabulário auditivo, consciência fonológica, memória de reconhecimento visual, e compreensão de leitura de sentenças. Foram empregados: Prova de Leitura Orofacial, Teste de Vocabulário por Leitura Orofacial versão 1A computadorizada, Teste de Competência de Leitura de Palavras e Pseudopalavras, Teste de Vocabulário Auditivo Usp, Prova de Consciência Fonológica por Escolha de Figuras (PCFF-o), Teste Computadorizado de Memória de Reconhecimento de Figuras, e Teste de Compreensão de Leitura de Sentenças. Resultados revelaram que: 1) O léxico ortográfico aumenta sistematicamente de modo de modo monotônico desde o acaso aos 6 anos para 7 anos e daí para 8 anos; 2) A competência mais fortemente associada à leitura orofacial é a leitura de itens escritos; 3) O desenvolvimento das competências de leitura fonológica e lexical é diretamente proporcional ao desenvolvimento das habilidades metafonológicas no nível fonêmico; 4) Os subtestes de leitura fonológicos (decodificação) são mais fortemente associados com leitura orofacial. Assim, quanto maior a habilidade de converter grafemas em fonemas (rota fonológica de leitura por decodificação), maior a habilidade de converter optolalemas em fonemas para compreeder fala por leitura orofacial; 5) O desenvolvimento da leitura orofacial correlaciona-se mais fortemente com habilidades metafonológica de Transposição e Adição Fonêmicas. Logo, consciência fonêmica é precursora da leitura orofacial. Transposição Fonêmica correlaciona-se mais fortemente com rotas de leitura fonológica e lexical. De fato, a correlação com os subtestes logográficos foi não significativa, ou foi menos significativa que com subtestes fonêmicos (Transposição e Subtração Fonêmicas, e Trocadilho). Assim, o desenvolvimento de habilidades metalinguísticas no nível fonêmico (Transposição e Subtração Fonêmica e Trocadilhos) associa-se ao desenvolvimento de mais eficientes habilidades de leitura (inicialmente pela rota fonológica de decodificação grafema-fonema, convertendo grafemas em fonemas para compreender a escrita, e subsequentemente, pela rota lexical de reconhecimento visual direto das formas ortográficas, que, por sua vez, está associado com o desenvolvimento de mais eficientes habilidades de leitura orofacial (converter optolalemas em fonemas para compreender a fala lida nos lábios). Subtestes logográficos (de pré-leitura) não predizem confiavelmente nem bom nível de habilidade metafonológica nem bom nível de leitura orofacial (conversão de optolalemas em fonemas). Dados apoiam a interpretação de que a leitura orofacial (conversão de optolalemas em fonemas) depende de leitura alfabética que, por sua vez, depende de habilidades metafonológicas. Foram normatizados oito testes, e cinco subtestes de leitura, e nove subtestes de consciência fonológica. Na Parte 2, 154 alunos (61 do Ensino Superior e 93 do Ensino Fundamental) foram submetidos a uma prova de escrita sob ditado de 560 palavras de baixa frequência de ocorrência. Anovas revelaram que a precisão da cifragem das palavras ouvidas foi função positiva da média aritmética dos índices de cifrabilidade das relações fonografêmicas componentes dessas palavras, conforme modelo de Capovilla. Análise de erros de escrita (paragrafias) indicam efeito de leitura orofacial visual, pois os grafemas produzidos nas paragrafias mapearam mais concentradamente os fonemas dos mesmos pontos de articulação daqueles componentes das palavras ouvidas