Função da progesterona e da protease ADAMTS-1 na migração de células derivadas de câncer de ovário.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Lima, Maíra de Assis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42134/tde-13082020-092104/
Resumo: A progressão do câncer depende não somente das habilidades adquiridas pelas células cancerigênas, mas também da interação entre as células e seu microambiente. Os componentes da matriz extracelular (MEC) estão envolvidos em vários aspectos da biologia tumoral, fornecendo não somente suporte sólido para as células, bem como citocinas e fatores de crescimento. As ADAMTSs (a disintegrin and metalloproteinase with thrombospondin motifs ) são proteases secretadas dependentes de Zn2+/Ca2+ que estão envolvidas em diversos processos fisiológicos e patológicos. Já demonstramos que além de ter influência sobre os níveis gênicos e proteicos das ADAMTSs, a progesterona mostrou reduzir a capacidade migratória e invasiva das células de ovário NIHOVCAR-3 e ES-2 quando comparada às células sem tratamento. Nosso objetivo neste trabalho foi investigar por qual mecanismo a progesterona leva a diminuição da invasão e migração das células CHO, NIH-OVCAR-3 e ES-2 e se a protease estudada está envolvida neste processo. Para isso, células derivadas de ovário tiveram os níveis de ADAMTS-1 modulados, tanto com o aumento ou diminuição, e foram comparadas com células parentais. Além disso, células com o gene de ADAMTS-1 modulado e células parentais foram tratadas com progesterona e comparadas com células não tratadas. A partir desses grupos, observou-se que o tratamento com 500 nM ou 1 &#181 M de progesterona diminuiu a migração e invasão das células, em 24 horas ou menos, sem afetar a viabilidade, sendo que o uso do antagonista do receptor de progesterona, RU486, recuperou a capacidade migratória e invasiva das células. Tanto o tratamento com o meio enriquecido com ADAMTS-1 ou progesterona levaram a diminuição na migração e invasão celular quando comparadas aos controles. Por outro lado, a redução de ADAMTS-1 parece não prevenir a diminuição da migração celular quando estas são tratadas com progesterona. Por Immunoblot observou-se que o tratamento com 1 &#181 M de progesterona diminuiu a forma fosforilada de Src e FAK, moléculas que participam da cascata de sinalização envolvidas na ativação da migração e invasão celular. Utilizando o kit G-LISA &#174, medimos a forma GTP, ativa, de pequenas proteínas G, a partir de lisados de células. O sinal de Cdc42- GTP aumentou na presença de células com níveis reduzidos de ADAMTS-1 e tendeu a diminuir nas células tratadas com o meio enriquecido com ADAMTS-1. Esses dados foram confirmados através da análise do biosensor de Cdc42 transfectado em células ES-2 e analisado por FRET, que demostraram que esta GTPase está mais ativa e presente na borda de migração das células com diminuição de ADAMTS-1 em relação as células selvagens. Concluímos, portanto, que ADAMTS-1 e a progesterona atuam na inibição da proliferação, polarização, migração e crescimento sem adesão das células de câncer de ovário. Este efeito mostrou ser de forma independente por parte do hormônio e da protease estudados, mas não descarta que possa haver um trabalho em conjunto entre essas moleculas na redução de efeitos pro-tumorigênicos.