A cidade miniatura do Mário sob um olhar fenomenológico. Narrativa inscrita nas fronteiras entre a expressão poética, a psicologia social e a história

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Ribeiro, Sandra Maria Patricio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-28012009-095750/
Resumo: Era uma vez, um homem... seu nome era Mário Ramos Nogueira e ele vivia no interior de São Paulo. Em 1949, tudo que ele tinha na vida eram 72 bois; veio a peste e os atacou. Então, na véspera do natal, o homem fez um pacto: se Deus salvasse seu gado, construiria um presépio que seria aumentado enquanto vida tivesse. Aí, Deus curou os bois; seu Mário comprou um presépio e começou a construir uma cidadezinha ao seu redor... passaram-se os anos e a cidadezinha virou uma verdadeira metrópole, cheia de arranha-céus, avenidas, luzes e movimento as pessoas faziam fila na frente da casa do seu Mário para ver a cidade! Mas um dia, por um encantamento, a cidade desapareceu! Capturada pelas narrativas sobre a Cidade Miniatura do Mário, senti-me compelida a reverberar seu mito; a história dessa cidadezinha suscita muitas indagações sobre o desejo, a memória, a imaginação, a expressão poética; esses são temas atinentes aos estudos sobre a subjetividade e ao universo artístico mas, em seus desdobramentos, adentram os campos da psicologia socioambiental e da história: a vida política, o tempo presente, a urbanização, as utopias hegemônicas, as práticas discursivas, a oralidade o presente trabalho resultou de um esforço para identificar alguns pontos enigmáticos de intersecção dessas indagações. Tomadas como estilhas da memória, imaginação e enunciação, as imagens da cidadezinha e as narrativas de sua história foram contempladas pelo prisma metodológico da fenomenologia hermenêutica; desse modo, desvelaram-se formas elaboradas de expressão de desejos e sofrimentos inscritos nas fronteiras entre os planos psíquico, cultural, histórico e político. Enunciou-se assim, agora nas fronteiras entre a expressão poética, a psicologia social e a história, uma nova narrativa, que interpreta a Cidade Miniatura do Mário como figuração plástica de enigmas humanos universais; sua criação, como uma tentativa singular de decifrá-los.