Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Ortegosa, Marcia Aparecida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27152/tde-16102023-161347/
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Resumo: |
A presente tese tem como objeto de estudo a audiovisualidade, a partir de uma reflexão analítica sobre a montagem e o ritmo em um determinado corpus fílmico. Tomou-se como ponto de partida a hipótese de que o fenômeno da audiovisualidade estabelece-se como a dinâmica resultante da organização nas linguagens visuais e sonoras do sistema audiovisual, no processo de semiose. O corpus e constituído de filmes - experimentos audiovisuais - que, na montagem e no ritmo, criam relações altamente tensivas no fluxo do movimento, geradoras de instabilidade. Desse modo, tais filmes instauram um campo de forças sonoro-visual, nas relações de tempo e espaço, capaz de promover informação nova e alargamento da linguagem audiovisual. Trata-se dos seguintes filmes: The Garden (1990), de Derek Jarman; Naqoyqatsi (2002), de Godfrey Reggio; e One\" and 103 (1992), de Henning Lohnere John Cage. Entende-se que a montagem e o ritmo estão imbricados e contribuem decididamente para que o trabalho analítico promova a construção do fenômeno da audiovisualidade, singular a cada filme. Nesse sentido, os pontos principais da análise estão centrados no processamento de relações no fluxo do movimento sonoro-visual, entre eles, o campo de forças entre som e imagem na montagem vertical, em sobreposição e simultaneidade; a disjunção da montagem pelos motivos e consequente criação de polos de atração; a ressonância dos planos/células na geometrização compositiva; a formação de um design sonoro-visual; o processamento de estruturas patéticas geradoras de arrebatamento extático; e a suspensão do fluxo tensivo do movimento, em permanente mutação e instabilidade. A análise das relações dinâmicas e dialéticas no audiovisual tem como objetivo geral compreender os modos de ordenação das linguagens sonoro-visuais no espaço-tempo, através da articulação no fluxo do movimento. Em termos perceptivos, a análise do ritmo em estruturas altamente tensivas, nos filmes de Jarman, Reggio e Lohner e Cage, incide num estado de suspensão constante ou em momentos culminantes, dramáticos, capazes de promover o arrebatamento. A fundamentação teórica da tese buscou alicerces, principalmente, nas formulações sobre montagem e ritmo do cineasta e teórico Sergei Eisenstein, que construiu bases para as atuais reflexões do audiovisual. A importância central de Eisenstein decorre de seu paralelismo com o universo acústico e musical na elaboração de sua teoria da montagem e seus principais conceitos, tais como: montagem vertical, ritmo, motive, atrações dominantes, contraponto, pathos e extase. Tais conceitos relacionam-se intimamente com a construção da audiovisualidade. Por sua vez, os caminhos metodológicos para o entendimento da audiovisualidade foram norteados pela percepção do comportamento sonoro-musical e imagético, tomando como pontos de partida eixos de equivalência e diferença entre ambos; pela observação e análise das sobreposições e simultaneidades nas linhas dos eventos da montagem, por meio da construção de diagramas verticais; pela análise da geometrização e design inseridos em relações sígnicas, a partir de elementos expressivos dominantes na composição e montagem; e pela análise do campo de forças no fluxo do movimento sonoro-visual, em processos de mutação, geradores de instabilidade. |