Avaliação não invasiva da pressão intracraniana em indivíduos acometidos por traumatismo cranioencefálico grave

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ballestero, Matheus Fernando Manzolli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17137/tde-28012022-111203/
Resumo: A lesão cerebral decorrente de traumatismo cranioencefálico (TCE) ocorre não somente no momento do trauma, mas também devido a insultos secundários ao encéfalo. A monitorização tem importante papel na condução do TCE, pois permite o acesso a múltiplos aspectos da fisiologia do sistema nervoso guiando possíveis intervenções terapêuticas. Entre os diversos parâmetros passíveis de monitorização, a pressão intracraniana (PIC) é a mais utilizada na prática clínica. Muitos indivíduos com TCE grave têm indicação de ter sua PIC monitorizada a fim de identificar a hipertensão intracraniana (HIC) e a baixa perfusão cerebral. Apesar de o valor absoluto da PIC ser utilizado há décadas na prática clínica, alguns parâmetros dessa curva são subutilizados, como a relação de P2/P1 e time to peak, entre outros. Os métodos atuais de monitorização da PIC utilizam transdutores invasivos e, portanto, passíveis de complicações, além de apresentarem custos elevados. O objetivo deste estudo foi comparar as curvas de PIC em indivíduos acometidos por TCE grave obtidas de maneira invasiva (PICi) e não invasiva (PICNI) com uso de tecnologia com extensômetros elétricos (Brain4Care), além de comparar os parâmetros das curvas de PIC e também os relacionar com o desfecho clínico e funcional dos indivíduos após 1, 3 e 6 meses. A casuística proposta foi de indivíduos maiores que 14 anos acometidos por TCE grave com indicação de PICi admitidos nos hospitais Santa de Misericórdia de Araraquara/SP, Centro Hospitalar Universitário de São João - Portugal e Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Nesses indivíduos foi realizada monitorização da PICi e PICNI concomitantemente. Vinte e cinco indivíduos foram monitorizados entre 2018 e 2021 com 22 incluídos na amostra, 3 indivíduos não apresentaram dados aproveitáveis para análise. Os resultados mostraram que os indivíduos da casuística do estudo são em sua maioria homens, com idade média de 44,6 anos, vítimas de traumas relacionados ao tráfego. A comparação entre suas curvas de monitorização invasiva e não invasiva apresentou moderada correlação linear e forte correlação não linear. Os parâmetros de P2/P1, TTP e P2/P1xTTP apresentaram alta sensibilidade para predizer o prognóstico em 1, 3 e 6 meses após TCE, porém com baixa especificidade e acurácia e não foram encontradas variações na curva de PICNI que sejam estatisticamente significativas para diagnóstico de hipertensão intracraniana, quando considerado somente o valor absoluto da PIC. O método não invasivo de monitorização da PIC pode ser aplicável à monitorização da pressão intracraniana em indivíduos acometidos por TCE grave, mas não como único acesso à pressão intracraniana. Apresenta como limitação importante a baixa sensibilidade na previsão de HIC e a baixa especificidade para prever evolução funcional, além de dificuldades inerentes ao posicionamento do sensor superficial na pele, suscetível a muitas interferências.