Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Sánchez Delgado, Juan Carlos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17152/tde-05062023-110806/
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Resumo: |
Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é caracterizada por perturbações no equilíbrio autonômico cardíaco que podem resultar em modificações na morfologia e funcionalidade cardíaca. A redução na contratilidade cardíaca e na reatividade do leito coronariano também estão presentes, no entanto essas características foram observadas, principalmente, em estudos experimentais com animais machos. Nós suspeitamos que em fêmeas, a HAS possa promover distintos efeitos sobre a contratilidade cardíaca e reatividade do leito coronariano quando os hormônios ovarianos são considerados. Por sua vez, o tratamento por meio da prática regular de exercícios físicos resulta em benefícios autonômicos, morfológicos e funcionais cardiovasculares comprovados. No entanto, pouco sabemos sobre os seus efeitos sobre a contratilidade cardíaca e reatividade do leito coronariano quanto aplicado na presença ou não dos hormônios ovarianos. Nesse caso, nós investigamos em ratas espontaneamente hipertensas (Spontaneously Hypertensive Rats - SHR), com e sem a função ovariana preservada, os efeitos da hipertensão sobre a reatividade do leito coronariano e contratilidade cardíaca, bem como o papel terapêutico do treinamento físico aeróbio sobre esses parâmetros em ambas as condições. Métodos: Para tanto, 64 SHR fêmeas foram distribuídas em dois grandes grupos: grupo de ratas ovariectomizadas com 38 semanas de vida (grupos OVX; N=32) e grupo de ratas submetidas à cirurgia sham, também com 38 semanas (grupos SHAM; N=32). Cada grande grupo foi subdividido em 2 grupos menores (N=16); grupo de ratas sedentárias; e grupo de ratas treinadas por meio da natação em sessões diárias de 45 min. O treinamento físico foi realizado entre a 40a e 54a semanas. Os protocolos experimentais consistiram na avaliação hemodinâmica da pressão arterial (PA) e frequência cardíaca (FC) por meio da pletismografia de cauda; duplo bloqueio farmacológico de receptores autonômicos cardíacos; e avaliação da reatividade do leito coronariano e da pressão ventricular esquerda (PSV) utilizando a técnica de Langendorff em coração isolado. Resultados: Ambos os grupos treinados, SHAM e OVX, apresentaram redução da PA quando comparados aos grupos não treinados (127 ± 7 e 146 ± 5 vs. 167 ± 5 e 171 ± 5 mmHg, respectivamente). Os grupos treinados também apresentaram aumento da influência vagal e/ou redução da influência simpática na determinação da FC basal. A reatividade do leito coronariano não foi diferente entre os grupos, entretanto somente o grupo SHAM treinado apresentou aumento da contratilidade ventricular esquerda (PSV), dP/dTmáx e dP/dTmin em relação ao grupo SHAM não treinado e aos grupos OVX. A administração de dobutamina e salbutamol resultou em maiores valores da PSV nos grupos SHAM treinado e grupos OVX em relação ao grupo SHAM não treinado. Discussão e Conclusões: Nossos achados mostram que ovariectomia afeta o balanço autonômico cardíaco, mas não influencia na reatividade do leito coronariano e na contratilidade cardíaca fluxo-dependente. Entretanto, aumenta a resposta contrátil à administração de dobutamina e salbutamol. Por sua vez, o treinamento físico reduziu a influência autonômica simpática no balanço autonômico cardíaco, e aumentou a capacidade contrátil cardíaca, entretanto esses efeitos não parecem ocorrer em SHR ovariectomizadas. Por fim, nosso estudo confirma um papel determinante dos hormônios ovarianos na contratilidade cardíaca, bem como o papel do exercício físico aeróbio nesse processo. Os mecanismos pelos quais os hormônios ovarianos ou a falta deles interferem na contratilidade cardíaca deverão ser elucidados em futuros estudos. |