Lateralidade e curso temporal do processamento de frequências espaciais na codificação de faces

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Moraes Júnior, Rui de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-11022016-103811/
Resumo: O sinal de entrada na retina é decomposto em termos de frequência espacial (FE), variações periódicas de luminância ao longo do espaço. Existe vasta literatura sobre o processamento de FE no córtex visual primário. No entanto, não se sabe ao certo como esta informação sensorial básica é processada e integrada numa visão de alto nível. Esta tese aborda este tema ao investigar lateralidade cerebral, tempo de processamento e contexto cognitivo em três diferentes seções com objetivos específicos. Estas seções investigaram comportamentalmente visão de alto nível tendo a face humana como estímulo, dado sua relevância biológica e social. Na primeira seção (Theoretical Review), uma revisão apresenta estudos clínicos e neuropsicológicos que mostram áreas cerebrais envolvidas na percepção de faces e como os hemisférios esquerdo e direito realizam um processamento holístico e analítico baseado em informações de FEs. A especialização hemisférica de FE no reconhecimento de faces é então revisada e discutida. Concluiu-se que assimetrias sensoriais podem ser a base para assimetrias cognitivas de alta ordem. Ademais, foi destacado a influência do tempo de processamento. Na segunda seção (Study 1), foi investigado por método psicofísico a lateralidade de baixas e altas FEs no reconhecimento de faces em diferentes tempos de exposição. Faces com filtragem de FE foram apresentadas em campo visual dividido em alta e baixa restrição temporal em duas tarefas: reconhecimento facial (Experimento 1) e reconhecimento do sexo facial (Experimento 2). No Experimento 1, informações faciais de baixas e altas FEs foram mais eficientemente processadas no hemisfério direito e esquerdo, respectivamente, sem efeito do tempo de exposição das faces. Os resultados do Experimento 2 mostraram uma assimetria do hemisfério direito para baixas FEs em baixa restrição temporal. Conclui-se que o processamento de altas e baixas FEs é lateralizado nos hemisférios cerebrais no reconhecimento de faces. No entanto, a contribuição de altas e baixas FEs é dependente da tarefa e do tempo de exposição. Na terceira seção (Study 2) foi investigado qual estratégia temporal, coarse-to-fine (de baixas para altas FEs) ou fine-to-coarse, cada hemisfério cerebral utiliza para integrar informação de FE de faces humanas numa tarefa de categorização facial homem-mulher. Sequências dinâmicas breves coarse-to-fine e fine-to-coarse de faces foram apresentadas no campo visual esquerdo, direito e central. Os resultados do tempo de resposta e do score de eficiência invertida mostraram uma prevalência geral de um processamento coarse-to-fine, independente do campo visual de apresentação. Ainda, os dados da taxa de erro ressaltam o processamento coarse-to-fine realizado pelo hemisfério direito. No geral, esta tese fornece insights sobre assimetria cerebral funcional, integração de alto nível e curso temporal do processamento de FEs, principalmente para aqueles interessados na percepção de faces. Também foi mostrado que operações lateralizadas, tarefa-dependente e coarse-to-fine podem coexistir e interagir no cérebro para processar informação de FE.