Fundo de pasto - tecitura da resistência, rupturas e permanências no tempo-espaço desse modo de vida camponês

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Santos, Cirlene Jeane Santos e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-06062011-163321/
Resumo: A pesquisa ora apresentada tem como temática principal a análise das estratégias de reprodução camponesa desenvolvidas pelos grupos de Fundos de Pasto localizados no município de Oliveira dos Brejinhos (BA), com uma detida análise desse processo no Fundo de Pasto Várzea Grande. A reprodução social destes grupos foi fortemente afetada pelo movimento contraditório desencadeado pelos conflitos vivenciados por eles a partir do final de 1960, o que impulsionou sua consciência de classe no transcorrer das lutas pelo bode solto e da luta na/pela terra. Essa consciência foi mobilizada na defesa dos costumes e das práticas tradicionais que regulavam a vida dos/nos grupos. É nesse movimento que se estruturam as condições de transformação desses camponeses enquanto sujeitos políticos, condicionados a uma conjuntura histórica circunscrita e particular, ao mesmo tempo em que os insere em um caleidoscópio de possibilidades e de caminhos a partir daquele momento em diante: da superação da opressão exercida pela sociedade em geral à expansão do capital mercantil regional no interior dos grupos. É abordado o processo histórico de instituição das terras de uso comum na Bahia com ênfase no pastoreio comunitário de caprinos no sertão do estado. Também são examinados a organização socioespacial do grupo, seu modo de vida, as relações de parentesco e vizinhança, os mecanismos de produção, circulação e consumo estabelecidos e a sua rede de sociabilidade. Evidencia ainda, o papel da migração como estratégia de reprodução camponesa nos fundos de pasto, considerando o ficar e o envelhecimento dos que permaneceram na terra; o partir e o absenteísmo nas propriedades; e o retornar, como um dos motivadores da diferenciação social no interior do grupo. Por fim, explora a questão do ser ou não ser camponês e busca contextualizar a tragédia dos comuns nos tempos da precarização do trabalho e da inserção do fundo de pasto na ciranda do capital mercantil regional.