Efeitos do acetato na inflamação e proteção contra lesão renal aguda induzida por cisplatina em zebrafish

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Barros, Guilherme José Bottura de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42133/tde-11062019-153250/
Resumo: Os rins são órgãos responsáveis por gerir um conjunto de tarefas fisiológicas que mantém a homeostase do organismo, dentre elas a remoção de metabólitos tóxicos do sangue, produção de hormônios e a regulação do balanço de eletrólitos. As lesões renais agudas (LRA) levam a uma rápida perda das funções do órgão, em horas ou dias. Durante o processo de lesão tecidual, o sistema imune atua, muitas vezes, de forma prejudicial ao órgão. Uma das principais células envolvidas nesse processo de lesão tecidual são os macrófagos, que participam durante a primeira fase da LRA, já diferenciados em um perfil mais pró-inflamatório, descritos como macrófagos M1, e, também, durante a fase de reparo do tecido, diferenciados em macrófagos M2. Produtos como o acetato, um dos os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) mais abundantes, oriundos do metabolismo de bactérias pertencentes à microbiota intestinal são capazes de modular a resposta inflamatória em modelos de lesão tecidual, porém a influência desses produtos, na função, migração e diferenciação dos macrófagos no contexto da LRA ainda não foi bem descrita. Desta forma o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do acetato nas funções biológicas dos macrófagos na LRA. Para isso, desenvolvemos um modelo de LRA induzida por cisplatina em peixes Danio rerio adultos, injetando intraperitonealmente (ip) diferentes doses de cisplatina e avaliando sobrevida e progressão da doença por histologia, imunofluorescência e análise do infiltrado celular. Em seguida para avaliar o efeito do acetato na LRA, os animais foram submetidos ao tratamento com acetato, por gavagem, e depois, injetados com cisplatina para analise de sobrevida, extensão da lesão renal por histologia e infiltrado de células do sistema imune no rim. Os resultados mostraram que a injeção de cisplatina (0,1275 mg/g) induz lesão tecidual no rim 24 hrs pós-injeção com perda de estrutura tubular, levando a morte de 80% dos animais. Porém, os animais sobreviventes foram capazes de regenerar o tecido lesado oito dias após a injeção. Também se observou aumento do infiltrado inflamatório e alta taxa de morte celular, concomitantes a altas taxas de proliferação de células não imunes. O acetato foi capaz de aumentar a sobrevida dos animais injetados com cisplatina e reduzir o dano induzido pela droga no rim, por outro lado, não alterou a atuação das células inflamatórias do sistema imune. Em conclusão, o modelo de injeção intraperitoneal de cisplatina foi capaz de induzir uma LRA em zebrafish adulto, com o máximo de prejuízo às 24 hpi e com recuperação e regeneração do tecido renal em uma semana, demonstrando ser um ótimo modelo para o estudo da regeneração no rim. O acetato parece ser promissor no tratamento da LRA experimental, pois diminui a taxa de morte induzida pela cisplatina.