Alterações morfológicas que acometem o bulbo do olho de cães infectados naturalmente por Leishmania infantum/chagasi

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rodrigues, Ana Clara Bastos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10132/tde-03122019-162429/
Resumo: A leishmaniose visceral é uma zoonose transmitida de forma vetorial, que sucede a picada de flebotomíneos infectados, e possui o agente etiológico protozoário do gênero Leishmania. O objetivo proposto é descrever as alterações oculares que podem afetar o bulbo do olho de cães infectados naturalmente pela leishmaniose e descrever as alterações morfológicas que ocorrem através da interação entre o parasito e as estruturas oculares. Foram realizadas duas coletas no município de São Luís MA do bulbo do olho de 12 cães ao todo. Os animais foram submetidos a uma avaliação clínica oftalmológica e individualizados quanto à presença de doenças oculares. Os cães foram doados com o consentimento do proprietário, de acordo com as regras do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA). Todos os animais foram classificados como sintomáticos por avaliação clínica e as manifestações oculares observadas foram: uveíte, ceratoconjuntivite seca, úlcera de córnea, conjuntivite e secreção ocular purulenta, principalmente. De acordo com o tipo de infiltrado inflamatório, o mais prevalente foi o linfoplasmático. A conjuntiva bulbar, limbo e córnea foram a região do olho mais afetada por infiltrados. Pela IHC observamos a marcação de amastigotas pelo anticorpo anti-Leishmania nas túnicas bulbares e o anticorpo Vimentina para fibroblastos associados com as formas amastigotas. A marcação dos fibroblastos foi positiva na córnea e limbo do olho. Através da microscopia eletrônica de varredura (MEV), observamos a ultraestrutura do que apresentou hiperplasia do epitélio da córnea, desorganização do estroma e reação inflamatória exacerbada na túnica vascular e fibrosa. Diante os resultados obtidos, as manifestações são caracterizadas pela alta freqüência de infiltrados inflamatórios, principalmente do tipo linfoplasmático. Os fibroblastos presentes na córnea podem atuar como células hospedeiras importantes frente à doença sistêmica, o que traz uma nova perspectiva sobre o modo de ação do parasito nas túnicas oculares.