Ceratite microbiana: diagnóstico, tratamento e evolução clínica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Cury, Eunice Stella Jardim
Orientador(a): Chang, Marilene Rodrigues
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2916
Resumo: Ceratite microbiana é um processo inflamatório da córnea, de natureza infecciosa, que pode ser causada por bactérias, fungos, vírus e protozoários. É considerada uma das principais causas de cegueira, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. O objetivo deste estudo foi investigar casos de ceratite microbiana não-viral, segundo o agente etiológico, assim como identificar possíveis fatores associados à sua ocorrência, evolução clínica e tratamento. Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo caso-controle. Foi realizada uma pesquisa em um centro especializado em Oftalmologia, na cidade de Campo Grande/MS, a fim de obter dados dos pacientes com afecções oculares, diagnosticados no período de 2009 a 2013. Os pacientes foram divididos em dois grupos: a) casos – pacientes com ceratite em observação clínica, pela biomicroscopia, b) controles – pacientes com outras afecções oculares que não ceratite. Foram identificados 64 casos de ceratite microbiana, destes, 42,2% foram causados por bactérias, principalmente Pseudomonas aeruginosa, 39,1% por fungos, com maior porcentagem de Fusarium spp (14,1%) e em 6,3% por protozoário (Acanthamoeba). Foi encontrado um caso de ceratite por Microsporidia em paciente imunocompetente, agente este recentemente reclassificado como fungo. Os resultados obtidos mostram associação entre atividade laboral ligada à agropecuária, uso de lentes de contato e a ocorrência de ceratite. Nos pacientes com ceratite, os sintomas mais relatados foram dor e fotofobia. Moxifloxacina (34,4%), anfotericina B (31,3%) e natamicina (28,1%), foram os medicamentos mais utilizados nos casos com ceratite (n=64). A ceratite evoluiu para perfuração de córnea em 15,6% dos casos e em 10,9% foi indicado transplante. Os pacientes com ceratite apresentam maior gravidade na evolução clínica que os pacientes com outras afecções oculares que não ceratite, sendo por isso imprescindível a rápida identificação do agente etiológico, a fim de subsidiar a escolha da terapêutica mais adequada.