Fatores que influenciaram nos resultados das coletas de células progenitoras hematopoéticas em crianças portadoras de neuroblastoma avançado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Borba, Claudio Carneiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-08082016-083044/
Resumo: Objetivos: Avaliar os resultados das coletas de células hematopoéticas CD34+, por aférese, em crianças portadoras de neuroblastoma tratadas no Serviço de Oncologia e Hematologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; estudar os fatores (idade, peso, estimulação com quimioterapia, dose do G-CSF, uso terapêutico de 131I-MIBG e tempo entre exposição à quimioterapia prévia) que influenciaram na mobilização e no rendimento da coleta de células CD34+ no sangue periférico e associar a quantidade de células CD34+ obtidas com a evolução clínica do paciente. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo de pacientes com neuroblastoma submetidos à coleta de células-tronco hematopoéticas entre janeiro de1989 e junho 2012. Resultados: Avaliados 45 prontuários de crianças com idade mediana de 3,1 anos (0-12 anos), 26 (57%) apresentavam metástase em medula óssea ao diagnóstico. O tempo entre diagnóstico e o início da mobilização foi em média 19,7 ± 12 meses (mediana de 15,8 meses). Dos pacientes estudados, 11/45 (24,4%) receberam 131I-MIBG terapêutico antes da mobilização. Somente cinco pacientes (11,1%) receberam quimioterapia associada ao G-CSF para mobilização; as demais 40 crianças (88,9%) receberam exclusivamente G-CSF na dose média 26,5 ± 5,3 ug/kg/dia (mediana 28 ug/kg/dia). Não houve correlação entre o número máximo de células CD34+ no sangue periférico com a idade (p=0,9), com o peso (p=0,63), com a dose do G-CSF (p=0,46) ou com o intervalo entre o diagnóstico e o início da mobilização (p=0,09). A mediana da quantificação de células CD34+/uL no sangue periférico foi de 36,6 células, média de 45,2 ± 42,6 (mínimo 1,7 e máximo 236,3). Pacientes que haviam recebido 131I-MIBG previamente à mobilização apresentaram menor número de células CD34+/uL no sangue periférico (p=0,04). Em 26 pacientes (57,8%) foi possível coletar mais de 2,0x106 células CD34+/Kg na primeira coleta e em 19 pacientes (42,2%) foram necessárias mais de uma coleta, sendo que, oito pacientes (17,8%) apresentaram falha de mobilização. Os pacientes que apresentaram menor quantidade de células CD34+/uL no sangue periférico (<= 12) não conseguiram número maior ou igual a 2,0x106 células CD34+/Kg em 81,8% das coletas. O número mediano de células infundidas foi de 2,66 x106 células CD34+/Kg (média 3,38 ±1,6; mínimo 1,8; máximo 8,74 x106 CD34+/Kg). Os pacientes apresentaram contagem de leucócitos maior que 1000/mm3 e de plaquetas maior 50000/mm3 por dois dias consecutivos em média, no dia 13 ± 10 e no dia 46 ± 33, respectivamente, após infusão. Conclusões: A coleta de células-tronco hematopoéticas por aférese foi factível em todos os pacientes do estudo. Não houve influência significativa da idade, do peso, da dose do G-CSF e do tempo entre diagnóstico e inicio da mobilização, no número máximo de células. O uso prévio à coleta de 131I-MIBG terapêutico parece influenciar negativamente no pico de células CD34+ no sangue periférico (p=0,04). A contagem de células CD34+ no sangue periférico é importante fator preditivo do resultado das coletas de células progenitoras hematopoéticas CD34+ por aférese