Coleta de células progenitoras hematopoéticas de sangue periférico após administração de ciclofosfamida e fator estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF): uma análise de 307 pacientes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Mendrone Junior, Alfredo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5164/tde-08072008-154313/
Resumo: Mobilização inadequada de células progenitoras hematopoéticas (CPH) tem sido observada em 10 - 30% dos pacientes submetidos a transplante de medula óssea (TMO) autogênico para tratamento de doenças onco-hematológicas. Os fatores relacionados com má resposta à mobilização ainda não estão totalmente estabelecidos. Apresentamos uma análise retrospectiva de pacientes submetidos à TMO autogênico com o objetivo de identificar variáveis associadas com resposta ruim ao regime de mobilização utilizado. Casuística e Métodos: Fizeram parte desta análise 307 pacientes com diferentes diagnósticos, tratados com TMO autogênico em uma única Instituição, no período de Abril de 2001 a Abril de 2007. Todos os pacientes incluídos no estudo foram submetidos a um único regime de mobilização baseado na administração de ciclofosfamida (dose total de 60-120 mg/kg de peso IV) e fator estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF) (dose diária de 6 - 17 ug/(kg de peso)/dia SC). O sucesso na resposta ao regime de mobilização foi definido quando um número maior ou igual a 2,0x10 (6) células CD34 + /(kg de peso) foi coletado do sangue periférico com até três procedimentos de leucaférese. Resultados: Dos pacientes analisados, 260 apresentaram sucesso na mobilização (84,7%). Nestes pacientes, um número mediano de 3,67 (2,0 - 46,0) células CD34+ /(kg de peso) foi coletado por paciente com um número mediano de 1 (1-3) procedimento de leucaférese. O insucesso na mobilização foi observado em 47 pacientes (15,3%): 24 (7,8%) que foram submetidos à coleta de CPH de sangue periférico, porém não coletaram número maior ou igual 2,0x10 (6) células CD34+/(kg de peso) com pelo menos três procedimentos de leucaférese; e, 23 (7,5%) foram submetidos à coleta de CPH por punção da medula óssea, por não terem atingido número mínimo de 10 células CD34+/mm3 no sangue periférico para realização de leucaférese. De acordo com análise univariada, os fatores associados com o insucesso foram: diagnóstico (P < 0,0001), tempo de doença (P < 0,0001), número prévio de ciclos de quimioterapia (P = 0,0001), exposição prévia a agentes alquilantes (P = 0.0003) e a mitoxantrone (P = 0,0006), contagem de plaquetas pré-mobilização <150.000/mm3 (P = 0,0006) e intervalo entre o início da mobilização e o pico de células CD 34+ no sangue periférico (P < 0,0001). Idade, sexo, atividade da doença e envolvimento medular ao início da mobilização, tratamento prévio com radioterapia e exposição a análogos da platina não mostraram correlação significativa na resposta à mobilização. Após análise multivariada, as variáveis que permaneceram associadas com insucesso na mobilização foram: diagnóstico (P = 0,0232), número prévio de ciclos da quimioterapia (P = 0,0167), tratamento prévio com mitoxantrone (P = 0,0285) e contagem de plaquetas pré-mobilização < 150.000/mm3 (P = 0,0423). Conclusão: A carga cumulativa de quimioterapia administrada, exposição prévia à mitoxantrone, contagem de plaquetas pré-mobilização e diagnóstico foram os fatores independentes relacionados com a falha na resposta à mobilização. Os achados obtidos podem auxiliar no reconhecimento de pacientes de risco para resposta ruim à mobilização e permitir um planejamento alternativo ou mais agressivo no regime de mobilização para este grupo de pacientes.