Estudo das estratégias operatórias desenvolvidas pelos agentes de fiscalização da Zona Azul na relação com os usuários do serviço-subsídios para o aprimoramento de um cotidiano de trabalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Gonçalves, Rita Maria de Abreu
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5163/tde-07122009-172659/
Resumo: Introdução: Esta dissertação objetivou estudar o trabalho dos agentes de fiscalização do estacionamento rotativo da Companhia de Engenharia de Tráfego da cidade de São Paulo, conhecido como Zona Azul; investigar a relação entre os agentes, os usuários e a população; e identificar e analisar as estratégias operatórias utilizadas pelos trabalhadores para lidar com as adversidades, constrangimentos, conflitos e agressões advindas dessa relação. Métodos: O método utilizado foi o estudo de caso. A pesquisa é do tipo empírica e qualitativa. Foram realizadas dez entrevistas individuais semiestruturadas com agentes de regiões da Zona Azul, com características diferentes, uma comercial e outra mista. A técnica de análise de conteúdo foi utilizada para analisar as entrevistas, elencar as categorias e subcategorias de análise e arrolar as estratégias operatórias utilizadas pelos agentes em cada uma delas. Resultados: Os agentes utilizam, diária e cotidianamente, uma diversidade de estratégias operatórias na relação com usuários e população, primeiramente, para fazer o trabalho acontecer e, posteriormente, para que as regras da Zona Azul sejam cumpridas, seja para autuar, para evitar conflitos e/ou para se protegerem em situações de agressões. Conflitos e agressões entre agentes e usuários são freqüentes; e a principal causa, destes, é a resistência em pagar pelo uso do estacionamento, e a de agressão, é a emissão da autuação, o que obriga os agentes a desenvolverem estratégias, cuja finalidade é a execução do trabalho; se autoprotegerem dos conflitos e das agressões; e o enriquecimento e reconhecimento do trabalho. Conclusão: A fiscalização e regulação do estacionamento público; a emissão de autuações, ante a resistência em se pagar pelo uso do espaço urbano; a restrição ao uso do espaço público; ser anteparo entre a instituição que representam e os usuários tornam o trabalho dos agentes conflituoso, e os agentes têm de utilizar estratégias para lidar com tais adversidades. As estratégias não são compartilhadas entre os agentes, já que a empresa não reconhece a importância da relação entre agentes, usuários e a população, como parte do trabalho da Zona Azul. Não há investimento da Companhia em favorecer espaços de troca, promover reciclagens e treinamentos para esse fim. Os conflitos entre agentes e usuários se potencializam pelo fato de os agentes trabalharem na rua, sozinhos, longe da matriz, sem segurança e suporte desta, e representarem uma empresa com características de instituição pública os leva a não serem reconhecidos nem respeitados como autoridades de trânsito. À empresa caberia repensar as questões relacionadas à organização do trabalho da Zona Azul, especificamente, o aspecto relacional inerente à atuação destes trabalhadores; ao Estado e à sociedade civil, elaborar e implementar políticas públicas específicas para o setor, visando à melhoria das condições de trabalho e à diminuição da violência contra trabalhadores que têm a rua como seu ambiente de trabalho.