Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Bio, Danielle Soares |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-08052019-102007/
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Resumo: |
Introdução: O transtorno bipolar (TB) é um problema crônico, de evolução cíclica, altamente prevalente na população geral e está associado a importante incapacitação dos pacientes e a déficits cognitivos e funcionais, constituindo, assim, um importante problema de saúde pública. A etiologia do TB parece ser multifatorial, resultante da interação entre fatores genéticos e ambientais; estudos apontam que a predisposição para manifestação de episódios pode advir da exposição a maus-tratos na infância (MTI), que comprometem o desenvolvimento emocional, cerebral e cognitivo das crianças e estão presentes em 30% a 60% dos portadores de TB. No TB, os MTI vem sendo associados com idade de início mais precoce, pior evolução clínica, maior incidência de comorbidades, apesar da literatura ser escassa e não conclusiva, tem sido associado também a alterações do funcionamento cognitivo e da morfologia cerebral. Objetivo: Investigar se o perfil cognitivo e a morfometria cerebral de portadores de TBI eutímicos diferencia-se com a exposição ou não a maus-tratos sofridos na infância. Método: 75 portadores de TBI eutímicos, com idades entre 18 e 45 anos, atendidos no ambulatório do Programa de Transtornos Afetivos (GRUDA) IPq-HC-FMUSP, sendo 32 sem história de MTI e 43 com história de MTI, de acordo com o ponto de corte do Childhood Trauma Questionnaire (CTQ) e 46 voluntários sadios do ponto de vista físico e mental, com idades entre 18 e 45 anos, sem história de MTI de acordo com o CTQ e sem parentes de primeiro grau com transtornos psiquiátricos foram submetidos a uma bateria de testes neuropsicológicos que avaliou as funções atencionais, mnêmicas, executivas e cognição social e a um estudo de imagem por ressonância magnética. Resultados: Os resultados apontaram para uma diferença de desempenho cognitivo entre os grupos em uma das medidas de flexibilidade mental (p=0,04), em uma de raciocínio matricial (p=0,035) e na capacidade de reconhecimento de emoções faciais de tristeza (REF, p=0,022). Em relação à morfometria cerebral, pôde-se observar que o volume do Núcleo Caudado apresentou diferença estatisticamente significativa entre os três grupos, tanto no hemisfério direito (p=0,002) como no esquerdo (0,008). No hemisfério esquerdo, a área do Órbito Frontal Medial (p=0,0466), a área do Pré-cuneo (p=0,0193) e a área do Parietal Superior (p=0,0063) apresentaram diferenças estatisticamente significativas. No hemisfério direito, a área do Órbito Frontal Medial (p=0,0200), a área do Pré-cuneo (p=0,0337), a área do Parietal Superior (p=0,0007), a espessura da Parte Triangular do Córtex Frontal (p=0,0013), a espessura do Pré-central (p=0,0307) e a espessura do Frontal Superior (p=0,0425) apresentaram diferenças estatisticamente significativas. Por fim, a partir de uma análise exploratória, pôde-se observar que no grupo de portadores de TB com MTI os resultados apontam para possíveis associações entre regiões cerebrais e desempenhos cognitivos, sendo elas: volume do Hipocampo Direito e o TMT-B (pinteração= 0,002, r = -0,40, pr=0,013), área do Giro Superior Frontal Direito e o SCWT-I (pinteração= 0,0008, r = -0,36, pr=0,0185), área do Órbito Frontal Medial Esquerdo e o FCR-cópia (pinteração= 0,004, r = 0,49, pr=0,014), espessura do Órbito Frontal Medial Direito e COWAT-total (pinteração= 0,004, r = 0,46, pr=0,003), espessura do Frontal Medial Rostral Esquerdo e WCST-erros (pinteração= 0,007, r = -0,42, pr=0,007). Conclusões: Apesar da limitação do tamanho amostral e do número de comparações estatísticas realizadas, este é o primeiro estudo a avaliar a associação entre MTI, funcionamento cognitivo e morfometria cerebral. Os resultados foram sugestivos de que a magnitude das correlações entre as características morfométricas e cognitivas podem ser moduladas pela exposição a MTI e pelo status de caso (portador de TB) |