Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Mariana de Moura |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-02072021-131824/
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Resumo: |
O transporte rodoviário brasileiro é responsável por 61% de todo o movimento de cargas do país, além de ter grande participação no PIB e gerar muitos postos de trabalho. Entre os trabalhadores, se sobressaem os motoristas de caminhão que percorrem longas distâncias e enfrentam uma série de adversidades, como excesso de carga de trabalho, pouco tempo para descanso, horários irregulares de serviço e curto prazo para entrega de mercadorias. Esses são importantes fatores de risco associados a diversas condições clínicas em que o sobrepeso e a obesidade se destacam. Nos indivíduos obesos, além da maior chance de observarmos a ocorrência de comorbidades como hipertensão arterial, por exemplo, podem ocorrer também associação com outros fatores como a fadiga e aumento do risco de envolvimento em acidentes de trânsito, entre eles, os fatais. Objetivo: Verificar a associação entre dirigir por longas distâncias e alguns fatores de risco para a saúde em especial a obesidade. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal com dados de 2.070 motoristas de caminhão que transitaram pelo estado de São Paulo ao longo dos anos, entre 2010 e 2016. Uma entrevista e testes clínicos rápidos foram feitos com os motoristas parados aleatoriamente durante os Comandos de Saúde nas Rodovias, realizados pela Polícia Rodoviária Federal. Variáveis socioeconômicas e ocupacionais e fatores de risco para a saúde foram associadas com o percurso de longas distâncias, que foi definido em >= 300 km. Resultados: Observou-se uma prevalência de condutores que percorrem longa distância ( >= 300km) de 50,8%; IC95%(48,6% - 53,0%) e a obesidade (IMC >= 30kg/m²) neste grupo foi 54,2%. A variável longa distância associou-se com as variáveis consumo de anfetamina (82,9% x 17,1%; p < 0,001), ocorrência de acidentes (63,9% x 36,1%; p < 0,001), sonolência normal (56,8% x 46,2%; < 0,001), >= 4h30 de direção contínua sem parada para descanso (55,0% x 45,0%, p= 0,032), tempo total de viagem >= 8 horas (96,3% x 3,7%; p < 0,001), jornada diária de direção >=8 horas (59,6% x 40,4; p < 0,001), peso (85 kg x 82 kg; p= 0,001), IMC (28,4 kg/m² x 27,4 kg/m²; p < 0,001) e tempo médio de direção por dia (10 horas x 8 horas; p < 0,001). Por outro lado, observou-se que a obesidade neste grupo era mais frequente entre os mais velhos (p=0,04); os casados (p < 0,001); os de menor escolaridade (p=0,003); e com maior tempo de profissão p=(0,001); que apresentaram tempo de cada viagem >= 8horas (p=0,032) e os que mais se envolviam em acidentes (0=0,04) assim como as comorbidades: diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica. Conclusão: O presente estudo corroborou a existência de associação entre dirigir por longas distâncias e a obesidade. Os motoristas obesos eram homens mais velhos, casados, com menor escolaridade e maior tempo de profissão, além de apresentarem as comorbidades diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica. Em relação à rotina e a legislação, os obesos também faziam viagens com tempo >= 8 horas e se envolveram em mais acidentes de trânsito |