A projeção geopolítica do Brasil na América Latina e os desafios da integração sul-americana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Araujo, Izan Reis de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-23052018-134306/
Resumo: O objetivo deste trabalho foi analisar a projeção geopolítica do Brasil na América Latina, destacando o espaço e posição do país no quadro geoestratégico mundial e sua relação com a integração regional sul-americana. O tema é importante porque embora existam trabalhos sobre a política externa brasileira em escala regional, o debate teórico sobre a relação entre os conceitos de América do Sul e América Latina ainda são raros. A hipótese que procuramos sustentar é a de que o recorte espacial sul-americano adotado pelo Itamaraty é decorrente do projeto brasileiro de ser uma potência regional com vistas a obter um maior protagonismo nos processos decisórios internacionais. Contudo, somente a América Latina, do ponto de vista geopolítico, conta com excedentes de recursos suficientes para gerar poder em escala mundial. Na história recente do Brasil, a América do Sul passou a ser entendida como um espaço mais operacional, do ponto de vista político-diplomático para levar adiante o projeto de liderança regional. Origina-se na ALCSA, lançado pelo presidente Itamar Franco em 1993, logo após a entrada do México no NAFTA e essa diretriz foi mantida ao longo das próximas décadas como uma das linhas de continuidade da política externa brasileira, especialmente no governo Lula, que a materializou com a criação da UNASUL em 2008. A metodologia utilizada foi uma pesquisa qualitativa com base em fontes primárias apoiadas em documentos do Itamaraty e na literatura bibliográfica das obras basilares de Friedrich Ratzel, Halford J. Mackinder, Mario Travassos e André Martin. Ao final o trabalho contribuiu para a compreensão de que a América Latina é um espaço vital para a projeção mundial do Brasil, sobretudo no contexto do meridionalismo que advoga um sexto player global em torno de um bloco no Hemisfério Sul. Como sugestão de continuidade de pesquisa entendemos que será relevante analisar quais ações da chancelaria brasileira influenciam na formação e no desenvolvimento de um bloco meridional com objetivo de buscar um maior protagonismo internacional do Brasil. As aporias da política externa brasileira sobretudo nos últimos anos estariam, portanto, relacionadas a esta imprecisão geopolítica.