Feminismo estatal: uma análise das interações entre os movimentos feministas e o Congresso Nacional brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Sanchez, Beatriz Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-26112021-203626/
Resumo: Faz diferença, do ponto de vista da representação substantiva, a interação entre os movimentos feministas e a bancada feminina para a aprovação de propostas legislativas relativas à igualdade de gênero? Se sim, como? Essa pergunta faz parte de uma agenda de pesquisa recente e inovadora da literatura sobre as relações entre os movimentos sociais e o Estado que assume uma abordagem interacionista e processual, postulando o pressuposto de mútua constituição entre as capacidades de ação dos atores sociais e as capacidades de operação do Estado. Para responder esse questionamento, realizamos os estudos de caso do processo de tramitação e aprovação de três propostas legislativas relativas à igualdade de gênero: lei de cotas para candidaturas, Lei Maria da Penha e PEC das Domésticas. Em termos teóricos, desenvolveremos o conceito de feminismo estatal representativo com o objetivo de criar uma categoria analítica capaz de identificar as peculiaridades, semelhanças e diferenças das formas de interação entre os movimentos feministas e o poder Legislativo no Brasil. Assim, nos filiamos a uma crescente produção acadêmica brasileira que tem se dedicado a alargar as lentes teóricas dos estudos sobre a institucionalização dos movimentos sociais a partir de estudos de caso de caráter qualitativo. Concluímos que a interação entre os movimentos feministas e as femocratas fez diferença para a aprovação dos projetos relacionados à igualdade de gênero, apesar das singularidades de cada caso, caracterizando um mesmo ciclo democrático de interação entre os movimentos feministas e o Estado. Argumentamos que a conexão entre a representação descritiva e a representação substantiva aconteceu, nos três casos analisados, por meio da articulação entre as ativistas feministas e as femocratas, o que possibilitou a construção de coalizões multipartidárias e de encaixes institucionais que cristalizaram algumas das demandas históricas dos movimentos feministas na legislação brasileira.