Influência do tipo de parto sobre a qualidade colostral e transferência de imunidade passiva em cães

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Justo, Beatriz de Melo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-26012023-103438/
Resumo: A espécie canina possui placenta do tipo endoteliocorial, o que impede a completa transferência de imunidade passiva (TIP) para os fetos. Portanto, os neonatos são hipogamaglobulinêmicos e a ingestão do colostro é essencial. Porém, a produção e qualidade do colostro, bem como a capacidade absortiva dos neonatos, podem ser afetadas por situações de estresse, mediadas pela concentração de cortisol e catecolaminas, as quais apresentam perfil circulante diferenciado conforme o tipo de parto. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade imunológica do colostro e analisar quantitativamente a TIP em filhotes nascidos em distintas condições de parto (cesariana e parto eutócico vaginal) na espécie canina. Para tanto, 17 cadelas e 34 neonatos foram alocados em dois grupos experimentais: Grupo Parto Vaginal (GV, n=7 e n=14, respectivamente) e Grupo Cesariana Eletiva a termo (GC, n=10 e n=20, respectivamente). Amostras de colostro e sangue dos neonatos foram colhidas imediatamente após o parto (0 h), às 6 h, 12 h, 24 h e 48 h pós-parto. Nas amostras de colostro, foi determinada a concentração de sólidos totais, proteína total (PT), albumina (ALB), imunoglobulinas G (Ig G) de cadeia pesada (Ig GP) e leve (Ig GL), β-lactoglobulina (β-lac) e -lactoalbumina (α-lac). A partir do soro sanguíneo dos neonatos, foram feitas análises de proteína total, albumina, Ig GP e Ig GL, além das atividades da fosfatase alcalina (FA) e gama glutamil transferase (GGT), como forma indireta de avaliação da TIP. Os resultados foram analisados utilizando-se o Teste t de Student para comparação entre grupos, e o teste LSD para análise temporal, considerando p<0,05. No colostro, o GC apresentou maior (p<0,05) concentração de proteína total, em relação ao GV. Da mesma forma, a concentração de albumina colostral foi superior (p<0,05) no Grupo GC às 6 h e 12 h pós-parto. Ambos os grupos apresentaram redução (p<0,05) na concentração de sólidos totais, proteína total e Ig GP colostral ao longo do período experimental, mais acentuadamente às 12 h e 24 h pós-parto. Na análise neonatal, o GC apresentou maior (p<0,05) concentração sérica de proteína total e atividade da FA ao nascimento, 6 h e 12 h de vida, em comparação ao GV. Nas primeiras horas de vida, houve aumento (p<0,05) na concentração sérica de proteína total e atividade de GGT. Os neonatos do grupo parto vaginal apresentaram maior (p=0,06) concentração de Ig GP ao nascimento, comparando-se ao GC. Em ambos os grupos experimentais houve aumento progressivo (p<0,05) das proteínas analisadas, em especial às 12 h e 24 h de vida. Como conclusão, o parto cirúrgico (cesariana) determina melhor qualidade proteica do colostro, bem como melhor capacidade absortiva das proteínas colostrais pelos neonatos, embora a transferência de imunidade passiva tenha sido satisfatória para todos os neonatos ao longo da colostragem.