Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Heisler, Guilherme |
Orientador(a): |
Fischer, Vivian |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/264349
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Resumo: |
Objetivou-se avaliar os efeitos das práticas de colostragem de bezerras leiteiras sobre a transferência de imunidade passiva, morbidade e o seu desenvolvimento corporal até os 90 dias de idade. Foram realizados três estudos. No primeiro estudo traçou-se o perfil das práticas de manejo associadas à transferência de imunidade passiva (TIP) e ao desenvolvimento corporal de bezerras em propriedades leiteiras do Sul do Brasil. Foram realizadas entrevistas com 177 criadores de gado leiteiro, nos estados do Paraná (7, PR), Santa Catarina (156, SC) e no Rio Grande do Sul (11, RS). O questionário continha 38 questões, sendo 18 de múltipla escolha e 20 abertas. As questões focaram em tópicos relevantes para a gestão da fase de aleitamento devido ao efeito evidenciado na saúde, sobrevivência, produtividade e desenvolvimento das bezerras. Predominaram pequenas propriedades com área média de 20,4 hectares (76,6%), sistema pastoril (86,3%), 60% das propriedades possuíam até 30 vacas, raça Jersey (79,4%). Os dados das práticas de colostragem mostraram que 24,6% dos bezerros receberam colostro na primeira hora de vida; o volume médio de colostro fornecido foi 3,1 litros, 93,1% das propriedades não avaliavam a qualidade do colostro, 14,3% das propriedades não acompanhavam o desenvolvimento corporal das bezerras e 50,9% dos proprietários desconheciam a taxa de mortalidade na fase de aleitamento. No segundo estudo foram avaliados os efeitos de fatores relacionados ao ambiente, vacas e bezerros além de práticas de colostragem sobre a transferência de imunidade passiva e o desenvolvimento ponderal de bezerras leiteiras até os 90 dias de idade. Foram avaliadas 105 bezerras da raça Holandês provenientes de sete fazendas leiteiras. Foram registradas as informações relativas à paridade e idade da vaca, necessidade de auxílio ao parto, data de nascimento, peso ao nascer; tempo transcorrido entre o nascimento e o primeiro fornecimento de colostro, volume de colostro fornecido na primeira refeição e Brix do colostro. Amostras de sangue e colostro foram coletadas para estimar a TIP e a qualidade do colostro por meio de refratômetro de Brix. Aproximadamente 79,57% das amostras de colostro apresentaram valor Brix maior ou igual a 22. Cerca de 80% das bezerras apresentaram TIP adequada (≥ 8,4 brix do soro). Os partos se concentraram na estação fria (75% de março a julho). O valor de Brix do colostro aumentou com a idade da vaca, mas foi reduzido pelo escore de condição corporal (ECC) da vaca e nascimentos no verão. O valor de Brix do soro sanguíneo aumentou linearmente com o aumento do Brix do colostro. A quantidade fornecida de colostro na primeira refeição e o intervalo entre o nascimento e a 1° refeição com colostro foram correlacionados, respectivamente, positivamente e negativamente com os pesos corporais das bezerras aos 30, 60 e 90 dias de idade. A quantidade de colostro e o peso ao nascimento foram os fatores que mais influenciaram positivamente o desenvolvimento ponderal das bezerras até os 60 dias de vida. O peso corporal e o ganho de peso de bezerras leiteiras aos 30, 60 e 90 dias de vida foram influenciados distintamente pelas práticas de colostragem registradas, com destaque para o volume de colostro ingerido. No terceiro estudo foram avaliados bancos de dados sobre práticas de colostragem sobre a transferência de imunidade passiva e o desenvolvimento ponderal de bezerras leiteiras até os 60 dias de idade, além de fatores relacionados ao ambiente. Usaram-se dois bancos de dados, um do RS e um de São Paulo (SP), totalizando 364 bezerros, sendo 213 fêmeas e 151 machos. O peso aos 30 dias e o ganho peso (GP) aos 30 dias tenderam a ser maior em bezerros que receberam colostro de qualidade alta (Brix ≥22% ou concentração de IgG mensurada em colostrômetro ≥ 50 mg/dL) comparado com os bezerros que receberam colostro de baixa qualidade (Brix ˂22% ou concentração de IgG mensurada em colostrômetro ˂ 50 mg/dL). Bezerros que receberam volumes de colostro igual ou maiores que 3 l/dia ou 10% do peso ao nascer apresentaram maiores peso e ganho de peso (GP) aos 30 dias. A relação entre volume de colostro fornecido na primeira refeição e como percentual do peso ao nascer (RVPN) igual ou maior que 10% levaram os bezerros a apresentar maior peso e GP aos 60 dias de idade. Melhor qualidade do colostro e maior volume de colostro fornecido na primeira refeição (VCPR) levaram a um maior valor de Brix do soro sanguíneo. A concentração de proteína sérica foi afetada pela qualidade do colostro. Houve interação entre a origem do banco de dados e estação do ano, com maior valor de Brix do colostro no verão nas observações de SP. Já os dados do RS obtiveram maiores valores de Brix do colostro no outono e inverno e menores valores na primavera e verão. Fatores relacionados às vacas (idade), final de gestação e partos sem estresse térmico, e práticas de colostragem adequadas (quantidade de colostro, Brix do colostro e intervalo para primeira colostragem) aumentam a transferência da imunidade passiva e podem melhorar o desenvolvimento ponderal de bezerras até os 90 dias. |