Efeito da exposição precoce ao poluente 1,2-naftoquinona sobre a função vascular e cardíaca: papel dos canais iônicos receptores de potencial transitório (TRP).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Júnior, Antonio Garcia Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42136/tde-31032020-115431/
Resumo: A poluição do ar ambiente (PAA) e do material particulado (MP2,5) estão sendo associados à efeitos adversos na saúde, embora pouco se sabe sobre os efeitos de PAA contaminantes do MP, como a 1,2-naftoquinona (1,2-NQ). Objetivou-se neste estudo avaliar o efeito in vitro e da exposição inalatória precoce da 1,2-NQ sobre a função atrial e cardiovascular (CV) de camundongos, além de investigar potenciais mecanismos, com ênfase em receptores de potencial transitório (TRP). No átrio direito (AD) isolado de camundongos, a adição in vitro da 1,2-NQ elevou a frequência atrial (FA) espontânea e reduziu o cronotropismo positivo frente a agonistas b-adrenérgico, sendo este revertido pelo bloqueio de receptores b1. Na artéria mesentérica (AM) ou pulmonar (AP) de camundongos selvagens, a 1,2-NQ causou vasocontração concentração-dependente, que foi abolida na AM do animal KO TRPA1, e exacerbada pelo bloqueio do TRPV1 (capsazepina; CPZ) e TRPV4 (HC-067047). Na AP de animais selvagens e KO para TRPV1 e TRPA1, a 1,2-NQ reduziu o relaxamento evocado por acetilcolina (ACh). Na AM, a 1,2-NQ reduziu a sensibilidade (pD2) a ACh, sendo este efeito abolido na AM de animais KO TRPA1 e inalterada em KO TRPV1. No AD de animais expostos a 1,2-NQ, a FA (pD2) frente a NE foi reduzida, sendo este efeito revertido pelo bloqueio do TRPV1, e exacerbado pelo antagonista TRPV4. No AD desses animais, a FA (Emax) frente a NE foi reduzida pelo bloqueio do TRPC5, ML-204, e observou-se um aumento na expressão (RNAm) dos receptores HCN4, TRPA1, TRPV1, <font face = \"symbol\">b2 e <font face = \"symbol\">b3, mas não de canais/proteínas envolvidas na homeostase do Ca2+ (ex.: RyR2, Serca2a, Cav1.2). Na AP destes, observou-se aumento P<0,05 da expressão (RNAm) para o fator Nrf2, sendo este efeito potencializado pelo bloqueio do TRPV1. Camundongos expostos a 1,2-NQ não apresentaram alterações na pressão arterial caudal, mas exibiram alterações nos parâmetros RR, SDRR, RMSSD, LF/HF do ECG, e na sensibilidade (PD2) a fenilefrina (FE) e ACh na AP isolada. O bloqueio dos TRPV1 e TRPV4 exacerbou o efeito da FE e inibiu a resposta da ACh, respectivamente, na AP de animais expostos a 1,2-NQ, e estimulou a fibrilação atrial frente a ouabaína. Em conclusão, estes resultados mostram, pela primeira vez, o potencial molecular dos receptores TRP (TRPV1) e b1 nas alterações funcionais em AD e sistema CV murino frente a adição in vitro ou exposição neonatal in vivo a 1,2-NQ, revelando a vulnerabilidade da idade aos efeitos adversos da 1,2-NQ. Estes achados funcionais e moleculares servem ainda como indicadores de susceptibilidade ao desencadeamento de disfunções CV frente a 1,2-NQ.