Exposição precoce ao poluente eletrofílico 1,2-naftoquinona e o risco iminente para indução de esteatose hepática e disfunção atrial na fase junvenil: papel dos receptores TRPA1.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Marques, Carolina Lourenço
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42136/tde-05012021-164846/
Resumo: A população mundial, em particular menos favorecida, exibe níveis muito severos de obesidade e desnutrição, resultante de dieta inadequada (má-nutrição). Paralelamente, o excesso de poluentes do ar ambiente (PAA) tem sido associado à morbimortalidade cardiovascular e respiratória, em especial em ambientes urbanos com concentrações elevadas de material particulado (MP). O presente estudo investigou a correlação entre o efeito da exposição precoce ao poluente eletrofílico, contaminante do MP, 1,2-naftoquinona (1,2-NQ) e da nutrição inadequada (dieta hiperlipídica; DH) com a indução da inflamação (toxicidade) hepática e dos distúrbios metabólicos e cardíacos associados na fase juvenil de camundongos deficientes da apoliproteina E (ApoE-/-), proteína importante no transporte e liberação hepática do colesterol circulante. Camundongos machos ApoE-/- inalaram em dias alternados (6, 8, 10 dias de vida, por 15 min) a solução contendo 1,2-NQ (100 nM) ou seu veículo (VEH). Após o 21º dia de vida, estes foram alimentados com dieta padrão (DP) ou DH. Diferentes parâmetros metabólicos e cardíacos foram mensurados ao longo dos 43 dias de vida in vivo e in vitro. Os resultados mostram que a exposição neonatal de camundongos ApoE-/- a 1,2-NQ contribuiu, independentemente da DH, para induzir recrutamento de macrófagos para os hepatócitos, aumento da sensibilidade à insulina, ganho de peso e esteatose moderada, independentemente da expressão dos canais receptores TRPV1 e TRPA1, considerados alvos de ação de PAA e da 1,2-NQ. Na vigência da DH, os animais expostos a 1,2-NQ apresentaram maior taxa de gordura corporal, dos níveis séricos de colesterol total e triglicerídeos, aumento da atividade enzimática (ALT e AST) e exacerbação da esteatose hepática. Além disto, a resposta máxima (Emax) da atividade atrial (bpm) frente ao estímulo adrenérgico foi aumentada pela exposição a 1,2-NQ e DH. Conclui-se, pela primeira vez, que a exposição neonatal de camundongos deficientes de ApoE ao poluente 1,2-NQ resultou em esteatose hepática moderada, que na vigência da DH levou ao agravamento do quadro de esteatose hepática e de alguns parâmetros metabólicos que, em conjunto, afetaram o equilíbrio autonômico simpático-vagal, levando à alterações na função atrial.